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Em almoço com o presidente da França, Lula vai criticar “endurecimento” no acordo entre Mercosul e União Europeia

Presidentes se encontraram em Hiroshima, no Japão, durante a reunião do G7, no dia 20 de maio. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nessa segunda-feira (19) que se posicionará perante o presidente francês, Emmanuel Macron, contra o endurecimento do acordo entre Mercosul e UE (União Europeia). Durante sua live semanal, Lula criticou termos que permitem sanções contra o Mercosul em caso de descumprimento e afirmou que não se pode “ameaçar o Mercosul”.

“Vou almoçar com o Macron e quero discutir a questão do Parlamento francês, que aprovou o endurecimento do acordo Mercosul e União Europeia. Ou seja, a União Europeia não pode tentar ameaçar de punir o Mercosul se não cumprir isso ou aquilo. Se somos parceiros estratégicos, vocês não têm que fazer ameaça. Isso vou conversar muito com o presidente da França.”

Na última semana, a Assembleia Nacional da França estabeleceu condições para aprovar um eventual acordo comercial entre a União Europeia, pedindo que o Executivo do país faça oposição ao acordo comercial entre os dois blocos. O texto foi apoiado por parlamentares da base do presidente Macron.

Os deputados pedem que os agricultores sul-americanos respeitem as mesmas regras ambientais e sanitárias da Europa, além de incluir uma cláusula para suspender sua aplicação caso as nações do Mercosul não respeitem o Acordo de Paris sobre o clima.

O ato, sem força de lei e considerado simbólico, ocorreu logo após o encontro entre a líder do bloco europeu, Ursula von der Leyen, e o presidente Lula, no qual o acordo foi apresentado como prioridade nas relações entre Brasil e a UE.

O Mercosul alcançou em 2019 um acordo com a UE após mais de 20 anos de negociações, mas o pacto não foi ratificado, em parte devido à preocupação na Europa com as políticas ambientais do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro (2019-2022). Com o retorno de Lula ao poder, em janeiro, o clima melhorou, mas as exigências ambientais dos europeus, indicadas em um documento adicional ao acordo recentemente apresentado pela UE, moderaram o entusiasmo.

Em abril, durante viagem à Espanha, Lula expressou confiança na conclusão das negociações entre os dois blocos ainda neste ano. Mas, com a decisão de ambos de não reabrir o texto fechado em meados de 2019, é preciso chegar a um consenso sobre o que os negociadores chamam de “side letter” – um adendo que, na prática, amplia e modifica o documento.

Europa

Lula embarca para a Europa, onde cumprirá agendas oficiais no Vaticano, na Itália e em Paris. Estão previstos encontros com o Papa Francisco e Macron. Durante a live, Lula afirmou que conversará com o Papa Francisco sobre a paz entre Rússia e Ucrânia e sobre a desigualdade. O presidente afirmou também que o a viagem seria um agradecimento aos anos de solidariedade do Papa à sua prisão na Polícia Federal (PF).

“Ele foi muito solidário a mim em todos aqueles meus processos. Telefonei para ele, tomei a iniciativa, falei que gostaria de ir a Roma fazer uma visita para ele de agradecimento inclusive a tudo que ele fez por mim enquanto eu estava na PF, pelos atos de solidariedade. Muito, muito interessado em acabar com a guerra da Ucrânia e da Rússia. Eu também quero conversar com ele sobre essa questão da paz e também sobre a questão da desigualdade.”

Lula também se encontrará com o presidente da Itália, Sergio Mattarella, e terá uma reunião com o prefeito de Roma. Além disso, o presidente tenta ainda um encontro com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.

Em Paris, além do almoço com o Macron, Lula afirmou que participará do encerramento de um debate econômico com “vários presidentes” e que discursará sobre uma “nova economia para o mundo”.

“Depois eu vou para Paris onde tem vários encontros com vários presidentes, e vai ter um debate que eu vou encerrar sobre uma nova economia para o mundo.”

Lula também irá participar de um ato público organizado pelo Coldplay com diversos artistas. O Power Our Planet é um festival de música que busca combater a crise climática e problemas sociais.

“Vou participar de um evento público na frente do Torre Eiffel, convocado pelo pessoal do Coldplay, para fazer uma ato público, com vários dirigentes e artistas.” As informações são do jornal O Globo.

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