Domingo, 27 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 13 de dezembro de 2018
A sonda Parker Solar Probe, lançada em agosto pela Nasa (a agência espacial norte-americana) para chegar o mais perto possível do Sol, está cumprindo o seu objetivo. Dentre os dados do equipamento enviados à Terra nos últimos dias, destaca-se a primeira fotografia registrada dentro da “atmosfera” da única estrela no nosso sistema planetário, localizada a cerca de 150 milhões de quilômetros da Terra.
Nos próximos sete anos, a Probe tem programadas outras 24 “mergulhos” no astro-rei, devendo chegar a 6 milhões de quilômetros em sua mínima distância. A sonda esteve a 24 milhões de quilômetros da superfície solar na semana passada, o que representa duas vezes mais perto do que a recordista Helios, enviada na década de 1970.
Até o dia 7 deste mês, o equipamento estava no lado oposto do Sol em relação à Terra e, por isso, não transmitiu as suas observações até então. Mas depois de seguir para uma região favorável às comunicações, enviou à equipe da Nasa uma imagem que mostra a chamada “coroa solar” – com a missão, a agência espacial dos Estados Unidos espera desvendar um antigo mistério: por que essa estrutura é 300 vezes mais quente que a própria superfície do astro.
Uma curiosidade adicional é que a Parker Solar Probe é ainda a primeira sonda da Nasa a ser batizada com o nome de uma pessoa viva. O homenageado, nesse caso, é o astrofísico norte-americano Eugene Parker, 91 anos, primeiro cientista a apresentar a teoria do vento solar supersônico, em 1958.
Velocidade
Segundo especialistas, trata-se do objeto mais rápido já criado pelo homem: a velocidade percorrida pela sonda em volta da estrela é de até 690 mil km/h. Dá para se ter uma ideia desse valor usando-se como comparativo a realidade terrestre: é como se uma viagem de Nova York (EUA) até Tóquio (Japão) durasse menos de 1 minuto, em vez das 14 horas de tempo percorrido pelos aviões comerciais.
Resistência
A temperatura presente na coroa solar varia entre 1 milhão e 3 milhões de graus Celsius, muito mais quente que a superfície do Sol, que chega a 5.500 graus. Para resistir a todo esse calor, o equipamento – mais ou menos do tamanho de um carro – é protegido por um escudo de carbono hiper-resistente.
A Parker Solar Probe leva a bordo quatro instrumentos para medir os campos magnético e elétrico, na tentativa de esclarecer velhos enigmas científicos: o que aquece a coroa solar, como funciona o vento solar (fluxo constante de partículas ionizadas que se deslocam a mais de 500 km/s), de que forma se comportam os íons pesados (partículas de maior energia) e detalhes sobre as expulsões de massa da coroa do astro.