Kamala Harris subiu ao púlpito nesta terça-feira (29) em Washington para o comício que marca o ato final de sua campanha para a Presidência dos Estados Unidos. Em seu discurso, Harris classificou seu adversário, Donald Trump, como o candidato do “caos” e da “divisão”, enquanto ela se coloca como a escolha de quem quer a união do país: “Prometo ser a presidente para todos os americanos”, disse a democrata.
A candidata democrata optou por um local na capital chamado Ellipse, logo ao Sul da Casa Branca. A escolha é carregada de simbolismo, visto que foi lá que seu adversário, Donald Trump, fez um discurso para inflamar seus apoiadores no dia 6 de janeiro de 2021, culminando na invasão do Capitólio.
Baseando-se em falsas acusações, Trump não aceitou a derrota para Joe Biden, e seus apoiadores buscavam impedir que os congressistas, reunidos na sede do Legislativo dos EUA, validassem os resultados do colégio eleitoral que confirmaram a vitória do candidato democrata.
“Esta eleição é mais do que apenas uma escolha entre dois partidos e dois candidatos diferentes”, disse Kamala, em seu discurso. “É uma escolha entre termos um país enraizado na liberdade para todos os americanos ou governado pelo caos e pela divisão.”
“Donald Trump passou uma década tentando manter o povo americano dividido e com medo um do outro. Ele é assim, mas América, estou aqui esta noite para dizer que não somos assim. Não somos assim”, discursou Harris, para a multidão.
Ela também aludiu a seu rival à Presidência como “traidor mesquinho” e “projeto de ditador”.
Ao falar sobre suas propostas, Harris defendeu os direitos reprodutivos das mulheres, um assunto pouco abordado por Trump, que escolheu juízes conservadores para a Suprema Corte, que acabaram votando pela derrubada do direito ao aborto no país.
Sobre a imigração, ela disse que vai “remover rapidamente aqueles que chegam aqui fora da lei” — a campanha republicana tem investido na narrativa de uma “invasão” de imigrantes ilegais nos EUA, possibilitada pelo governo democrata.
Apesar dos episódios históricos dessa corrida, incluindo a entrada de última hora de Kamala após a desistência de Joe Biden e as duas tentativas de assassinato contra Trump, as pesquisas mostram que os candidatos continuam empatados.
À medida que a disputa se aproxima do fim, Trump e Kamala focam nos sete estados-chave onde lutarão por alguns milhares de eleitores indecisos. Esses locais serão decisivos e devem definir o resultado final da eleição.
Faltando exatamente uma semana para as eleições nos Estados Unidos, Harris e Trump tentam dar os últimos impulsos na corrida à Casa Branca, que caminha para um final dramático e incerto.
Os Estados Unidos, profundamente divididos, farão história de qualquer forma: ou elegem a primeira mulher presidente ou concedem a Trump um retorno espetacular e o tornam o primeiro condenado a ocupar o Salão Oval.
Embora pesquisas recentes mostrem uma tendência a favor de Trump, os números estão dentro da margem de erro. E a indefinição pode muito bem continuar depois de 5 de novembro, já que a apuração pode durar alguns dias. Diante disso, cria-se uma tensão caso Trump perca e conteste o resultado, como fez em 2020.