Domingo, 09 de março de 2025
Por Redação O Sul | 7 de março de 2025
Em julgamento realizado na cidade de Bagé (Sudoeste gaúcho), um homem foi condenado a 12 anos de prisão por tentativa de homicídio que deixou a vítima tetraplégica. O crime foi cometido durante uma festa em 2018, quando o autor do ataque tinha 22 anos: após sua namorada sofrer esbarrão não intencional por um indivíduo, houve discussão.
Ele então esperou do lado de fora e assim que viu o homem saindo, desferiu-lhe um tiro no pescoço e fugiu do local. O projétil atingiu duas vértebras da coluna cervical da vítima, que foi socorrida e levada a um hospital por amigos. Sobreviveu, mas com a sequela permanente da paralisia de tronco e membros.
De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), o crime teve como agravantes o motivo fútil, justamente pelo fato do homicídio ser causado por uma discussão em festa, e uso de meio que dificultou a defesa da vítima.
O promotor de Justiça Diogo Gomes Taborda, que fez a acusação no plenário do Tribunal do Júri, já adiantou que recorrerá à Justiça para a sentença seja ampliada. O cumprimento inicial da pena será em regime fechado.
“Este julgamento era muito aguardado pela comunidade de Bagé, principalmente pelas consequências geradas à vítima, que perdeu os movimentos do corpo por uma ação fútil e covarde do réu”, destacou Taborda. “Graças ao corpo de jurados, a justiça foi feita e foi concedido um pouco de paz à vítima.”
Júri adiado em Montenego
Apontado como autor do feminicídio da companheira, um homem de 49 anos seria levado a júri popular em Montenegro (Vale do Caí) na quinta-feira (6), mas a sessão acabou postergada (a nova data ainda não foi definida). O motivo do adiamento foi o fato do réu ter dispensado seu advogado, horas antes – sem um representante legal, ele não pode se sentar no banco dos réus.
A acusação pelo MPRS seria feita pela promotora de Justiça Rafaela Hias Moreira Huergo: “Isso nos desaponta porque houve um esforço enorme para a realização do júri, um gasto público muito grande, convocação de jurados, mobilização de agentes de segurança, condução do réu, preparação de organizações da sociedade civil. É um desgaste para todos, principalmente à família da vítima. Tomaremos todas as medidas cabíveis para que o réu continue preso e seja julgado mais brevemente possível”.
A vítima, que tinha 30 anos e trabalhava como personal trainer, foi assassinada no dia 26 de janeiro do ano passado. Conforme o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), o casal estava em processo de separação, por iniciativa dela, após mais de uma década de relacionamento.
Conforme o processo, houve uma discussão e a Débora Michels Rodrigues da Silva foi morta por estrangulamento. O corpo foi levado de carro até a casa dos pais dela, sendo abandonado na calçada em frente à residência. O companheiro se apresentou à Polícia dois dias depois e permanece preso desde então em uma Penitenciária Estadual de Canoas (Região Metropolitana de Porto Alegre).
Acusações: homicídio com os agravantes de motivo torpe (inconformidade com o fim do relacionamento), emprego de asfixia mecânica e recurso que dificultou a defesa da vítima (assim como a superioridade física do homem em relação à vítima), além da questão de gênero, ou seja, o feminicídio dentro de um contexto de violência doméstica.
(Marcello Campos)
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