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Em busca de apoio, presidente da Ucrânia convida Lula para visita ao país

Presidente brasileiro defende formação de grupo para abrir diálogo sobre conflito. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse nessa sexta-feira (24) que quer se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e precisa da ajuda do brasileiro para que a “Ucrânia seja mais bem compreendida na América Latina”. Mais cedo, Zelensky adiantou que planeja uma cúpula com líderes da América Latina, afirmando também que Kiev deveria adotar medidas para construir relações com os países africanos.

Após ser perguntado pelo repórter do SBT Sérgio Utsch, durante uma coletiva de imprensa, o presidente ucraniano respondeu:

“Convidei Lula para vir à Ucrânia e realmente quero um encontro com ele. Adoraria ter sua assistência e apoio para iniciar conversas com a América Latina. Estou apenas esperando encontrá-lo, cara a cara, e acho que assim eu e a Ucrânia poderíamos ser mais bem compreendidos na região”, disse Zelensky.

O presidente da França, Emmanuel Macron, pretendia articular e participar de uma conversa entre Lula e Zelensky ainda esta semana, mas assessores internacionais do presidente brasileiros não consideram conveniente o momento. “Haverá contato, nossas embaixadas conversam sobre essa possibilidade, mas não neste momento”, afirmou a fonte.

Pouco antes, o ucraniano afirmou que a gostaria de comparecer pessoalmente à cúpula com líderes da América Latina, “embora seja muito difícil para mim sair da Ucrânia”. Ele também afirmou que gostaria que a África, a China e a Índia participassem do plano de paz proposto pela Ucrânia para pôr um fim ao conflito com a Rússia.

Zelensky fez suas declarações enquanto Lula vem manifestando o interesse em criar um grupo de países para negociar a paz entre a Rússia e a Ucrânia, algo que Moscou disse estar avaliando.

“No momento em que a Humanidade precisa de paz, cumpre-se um ano da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. É urgente que um grupo de países, não envolvidos no conflito, assuma a responsabilidade de encaminhar uma negociação para restabelecer a paz”, tuitou o presidente brasileiro nessa sexta.

Lula tornou pública pela primeira vez sua ideia durante a visita do chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, em Brasília, em 30 de janeiro. O presidente brasileiro também se opõe enfaticamente ao envio de armas, munições ou outras tecnologias bélicas ao governo de Zelensky.

Na quinta (23), o governo da Rússia disse que avalia as propostas do presidente brasileiro para mediar a paz na Ucrânia e cessar o conflito, que completou um ano nessa sexta. A informação foi anunciada pelo vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, em entrevista à agência de notícias russa Tass.

“Tomamos nota das declarações do presidente do Brasil sobre o tema de uma possível mediação, a fim de encontrar caminhos políticos para evitar a escalada [da guerra] na Ucrânia, corrigindo erros de cálculo no campo da segurança internacional com base no multilateralismo e considerando os interesses de todos os envolvidos”, afirmou. “Estamos examinando as iniciativas, principalmente do ponto de vista da política equilibrada do Brasil e, claro, levando em consideração a situação in loco.”

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