Quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de agosto de 2023
Forças Armadas do Equador reforçaram esquema de segurança para as eleições presidenciais
Foto: Divulgação/Forças Armadas EquadorOs equatorianos vão às urnas neste domingo (20) escolher o novo presidente do país e legisladores. Mais de 13 milhões de pessoas estão elegíveis a votar.
A eleição aconteceria apenas em 2025, mas foi antecipada pelo presidente Guillermo Lasso em 17 de maio, quando decretou a chamada “morte cruzada”. A justificativa usada foi a grave crise política e comoção interna.
A campanha eleitoral, que terminou na quinta-feira (17), foi marcada pela violência, com o ponto mais trágico sendo o assassinado a tiros de Fernando Villavicencio, um dos candidatos, no dia 9 de agosto, a menos de um mês do pleito.
Para garantir a segurança, o governo planejou um esquema de segurança com mais de 100 mil agentes, incluindo as Forças Armadas e a Polícia Nacional.
Entenda por que a eleição foi antecipada
Em 17 de maio, o presidente Guillermo Lasso decretou a chamada “morte cruzada”, dissolvendo a Assembleia e encurtando seu mandato, para posterior convocação de eleições.
A Constituição do Equador concede ao presidente esse poder nos primeiros três anos de seu governo. Entretanto, a manobra nunca tinha sido usada antes. A medida foi tomada um dia após o início do julgamento político contra Lasso na Assembleia Nacional por sua suposta participação no crime de peculato, uma acusação que o chefe de Estado nega.
Desde então, Lasso tem governado o país por decreto. Apesar de poder concorrer, ele não disputa a reeleição, tendo rejeição de 80% da população.
Horário de votação
O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) detalha que o horário disponível para votar é das 7h às 17h, no horário local. Já para votação no exterior, o horário será das 9h até às 19h (hora local do país em que o eleitor está).
Quem são os candidatos
Oito chapas foram inscritas para a disputa para presidente e vice-presidente. Saiba quem são eles nesta matéria e na galeria acima. A candidata de esquerda Luisa González lidera as intenções de voto com 26,6%, segundo a pesquisa da Cedatos, empresa de pesquisa aprovada pelo CNE.
Ela é apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa, que agora vive exilado em Bruxelas, depois de ter sido condenado por corrupção. González é uma ex-deputada até então pouco conhecida, considerada uma conservadora de esquerda. É contra o aborto, inclusive em casos de estupro.
A mesma pesquisa mostrava Fernando Villavicencio em segundo lugar, com 13,2% das intenções de voto. Ele foi morto a tiros na saída de um comício na reta final da campanha.
A disputa para presidente ainda tem o líder indígena Yaku Pérez, com 12,5% dos votos. O advogado é um defensor do meio ambiente, filho de trabalhadores rurais e promete transformador o Equador em um exemplo contra o aquecimento global e de combate ao crime.
A pauta da segurança é considerada uma das mais importantes para os eleitores. O país de 18 milhões de habitantes tem visto uma grande onda crescente de violência nos últimos anos, incluindo o aumento no número de assassinatos.
Assassinato de Villavicencio
Villavicencio, ex-parlamentar e jornalista investigativo com histórico de denunciar corrupção, foi morto a tiros ao deixar um comício no Anderson College, em Quito, capital do Equador, no dia 9 de agosto. Ele foi baleado várias vezes na cabeça após entrar no carro no qual sairia do local.
Seis colombianos foram acusados pelo assassinato e permanecem sob custódia. A polícia os acusa de ligações com grupos criminosos. Outro suspeito foi morto horas depois do crime.
Embora as cédulas para a eleição convocada pelo presidente cessante Guillermo Lasso já tivessem sido impressas antes do assassinato de Villavicencio, os votos para ele serão automaticamente transferidos para o substituto do partido.
Estado de exceção, 100 mil agentes: a segurança para as eleições
A Polícia Nacional contará com um contingente de 53.707 tropas em todo o território, segundo informou o ministro do Interior, Juan Zapata. Também serão montados três postos de comando unificados para acompanhamento “minuto a minuto” do pleito. Se juntam ao efetivo policial 43 mil membros das Forças Armadas.
Zapata também observou que 44 candidatos solicitaram segurança, especialmente nas províncias de Esmeraldas, Santo Domingo, Guayas, Manabí e Cañar.
Anteriormente, o ministro da Defesa do Equador, Luis Lara Jaramillo, afirmou que “os cidadãos têm a garantia de que as Forças Armadas darão a segurança necessária para a realização dos comícios”. A fala aconteceu um dia após o assassinato do candidato Fernando Villavicencio.