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Em Canoas, primeiras famílias começam a ocupar o Centro Humanitário de Acolhimento

O Esperança tem capacidade para cerca de 850 pessoas. (Foto: Joel Vargas/Ascom GVG)

Mais um Centro Humanitário de Acolhimento foi aberto pelo governo gaúcho para receber quem perdeu tudo nas enchentes de maio. Pessoas que estão abrigadas no Centro Olímpico Municipal da cidade de Canoas e no ginásio da Escola Municipal de Ensino Fundamental Erna Würth foram encaminhadas, nessa segunda-feira (22), para o novo espaço, financiado pelo Sistema Fecomércio/Sesc/Senac e com gestão da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

O Esperança tem capacidade para cerca de 850 pessoas. Localizado no estacionamento do Centro Olímpico Municipal, na Avenida Araguaia, 1151, bairro Igara, junta-se ao Recomeço, também em Canoas, e ao Vida, em Porto Alegre. A ocupação nessa terceira unidade ocorrerá de forma gradual, com uma expectativa de iniciar com 40 pessoas por dia.

As três estruturas foram projetadas pelo governo estadual, em conjunto com as prefeituras municipais, além de empresas e organizações parceiras – que fizeram doações de maquinários, brinquedos e outros itens para dar mais conforto aos acolhidos.

A iniciativa faz parte do Plano Rio Grande, que atua em três eixos de enfrentamento aos efeitos das enchentes: ações emergenciais, ações de reconstrução e Rio Grande do Sul do futuro.

Assim como os demais centros, o Esperança é fruto de um trabalho conjunto e da união de esforços de diferentes entes para garantir um abrigamento de qualidade até que as pessoas acolhidas recebam a moradia definitiva dos programas habitacionais anunciados pelo governo federal.

O centro possui 9 mil m² de área construída. Foram instaladas estruturas em tendas com 122 dormitórios, que possuem capacidade para acolher até 850 pessoas, além de tendas multiuso e auxiliares destinadas a diversos serviços.

A fim de garantir mais privacidade e individualidade aos acolhidos, os dormitórios são distribuídos em quatro alas: grupos familiares, homens, mulheres e a ala LGBTQIA+ (pensada como opção para as pessoas desse grupo que se sentirem vulneráveis em outros espaços).

A mobília varia conforme a necessidade, contemplando beliches, cama de casal ou de solteiro e berços. Também há espaço para que as pessoas possam guardar seus pertences pessoais. Por questões de segurança, não há tomadas elétricas nos dormitórios, mas sim nas áreas de convivência disponíveis em cada ala.

Serão sete dormitórios masculinos e sete femininos, 96 unidades para grupos familiares de até cinco pessoas, seis unidades para grupos familiares de até dez pessoas e seis dormitórios LGBTQIA+ para até oito pessoas cada, além de 50 berços.

Há banheiros privativos para cada uma das alas, garantindo maior privacidade e individualidade aos acolhidos. Ao todo, 64 banheiros, 48 chuveiros femininos e masculinos e seis chuveiros para pessoas com deficiência (PcD). A OIM recomenda um banheiro a cada 20 pessoas. No Centro Esperança, há um a cada 13 pessoas. A distribuição dos banheiros é a seguinte:

Ala Grupo Familiar

* Banheiro feminino: cinco lavatórios, 12 chuveiros e 14 vasos sanitários, além de um banheiro para PcD. Cada banheiro PcD tem um vaso e um chuveiro.

* Banheiro masculino: cinco lavatórios, 12 chuveiros e 14 vasos sanitários, além de um banheiro para PcD. Cada banheiro PcD tem um vaso e um chuveiro.

Ala Feminina

* Cinco lavatórios, 12 chuveiros e 14 vasos sanitários, além de um banheiro para PcD. Cada banheiro PcD tem um vaso e um chuveiro.

Ala Masculina

* Cinco lavatórios, 12 chuveiros e 14 vasos sanitários, além de um banheiro para PcD. Cada banheiro PcD tem um vaso e um chuveiro.

Ala LGBTQIA+

* Dois lavatórios, dois chuveiros e dois vasos sanitários, além de um banheiro para PcD. Cada banheiro PcD tem um vaso e um chuveiro.

* Copa: dois lavatórios, um banheiro masculino um banheiro feminino.

* Posto médico: um banheiro feminino e um banheiro masculino, com um lavatório em cada.

* Cozinha: um banheiro feminino e um banheiro masculino, lavatório e chuveiro, em cada um deles.
Montagem da estrutura

Em 17 de junho foi iniciada a instalação para base das estruturas e a drenagem no terreno onde o centro foi instalado. A prefeitura foi responsável pela disponibilização das redes de água e de esgoto, e a montagem das tendas foi realizada pela empresa DMDL, contratada pela Fecomércio.

A expectativa é chegar à lotação máxima até a primeira quinzena de agosto. Critérios para adesão das primeiras famílias:

* Se a família é monoparental (se possui filhos e apenas um dos pais);
* se há idosos;
* se há PcD;
* se há gestantes;
* se há pessoas com transtorno do espectro autista (TEA);

Também estão previstas transferências do Centro Recomeço para o Esperança por questões logísticas relacionadas aos empregos dos acolhidos.

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