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Brasil Em carta, o ex-presidente Lula disse para o PT “ficar à vontade” ao decidir sobre a candidatura à Presidência da República

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Lula se entregou à Polícia Federal no último dia 7 de abril. (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)

Em carta lida em reunião do diretório nacional do PT realizada nesta segunda-feira (23) em Curitiba (PR), o ex-presidente Lula disse que o partido deve ficar à vontade para “tomar qualquer decisão” sobre a candidatura à Presidência da República.

“(Queria que vocês) ficassem totalmente à vontade para tomar qualquer decisão porque 2018 é muito importante para o PT, para a esquerda, para a democracia. E para mim, eu quero a minha liberdade”, disse a presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR), lendo a carta escrita pelo ex-presidente.

A leitura de parte do conteúdo da carta foi postada no Facebook pelo ex-ministro Alexandre Padilha, um dos vice-presidentes do PT. De acordo com participantes da reunião, Lula se referia à eleição presidencial de 2018 quando pediu que os companheiros de legenda “ficassem à vontade”.

A fala do ex-presidente foi entendida como um gesto formal de desprendimento. Dirigentes destacam que, mesmo antes da prisão, sempre ao tratar de sua candidatura, Lula vinha dizendo que o partido deve tomar a decisão que achar mais adequada.

Na reunião desta segunda-feira o diretório nacional, em resolução, reafirmou a candidatura de Lula, marcou para 28 de julho o encontro que o indicará formalmente como cabeça de chapa do PT e anunciou novamente que o registro será feito no dia 15 de agosto na Justiça Eleitoral.

Foi definido ainda que nas próximas semanas serão apresentadas as diretrizes do programa de governo do ex-presidente e que haverá pré-lançamentos da candidatura nos Estados. A legenda ainda decidiu que fará dois atos em defesa de Lula no mês de maio: um no Nordeste e outro em São Paulo.

O partido diz, na resolução, que “o Brasil vive uma espiral de violência política, de obscurantismo e de agressões aos direitos fundamentais”. O partido relaciona como exemplo de ambiente de ódio a “censura às artes, a perseguição policial, do Ministério Público e de juízes às universidades, que provocou a morte do reitor Luiz Cancelier, e os ataques à caravana de Lula no Sul do País”.

Na mensagem ao partido, Lula ainda demonstrou ter ficado satisfeito com os resultados da última pesquisa Datafolha, divulgada na semana passada. O levantamento mostra que o ex-presidente lidera a disputa presidencial nos três cenários em que seu nome foi testado, com 30% ou 31% das intenções de voto.

“Fiquei feliz com a pesquisa”, afirma Lula, na carta lida por Gleisi.

O ex-presidente ainda avalia na mensagem que a sua prisão não pode ter relação com a sua candidatura a presidente.

“Tem insinuações de que se eu não for candidato, não tiver holofote, se eu não falar contra a condenação, será mais fácil a votação a meu favor. Querida Gleisi, a Suprema Corte não tem que me absolver porque eu sou candidato, porque vou ficar bonzinho. Ela tem que votar porque sou inocente e também para recuperar o seu papel constitucional.”

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