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Política Em conversas sobre golpe no País, coronel do Exército falou em “guerra civil agora ou depois”

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Roberto Criscuoli, que foi subcomandante dos "kids pretos", teve as conversas interceptadas pela Polícia Federal. (Foto: Reprodução)

O coronel do Exército Roberto Criscuoli declarou, em conversas interceptadas pela Polícia Federal (PF), que acreditava ser iminente uma “guerra civil” no Brasil após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. Em uma mensagem de áudio, Criscuoli afirmou que o confronto poderia acontecer “agora ou depois”, sugerindo que seria melhor agir imediatamente: “Melhor ir agora”, disse ele. O diálogo ocorreu com Mario Fernandes, na época secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro.

Assim como Fernandes, Criscuoli é conhecido como um dos “kids pretos”, grupo de oficiais de alta patente especializados em operações especiais do Exército. Ele já havia ocupado o cargo de subcomandante do batalhão do grupo, com sede em Goiânia (GO).

Em seu áudio, Criscuoli expressou forte insatisfação com a situação política do País e questionou se seria necessário esperar o Brasil virar uma Venezuela para agir. “Vai esperar virar uma Venezuela para virar o jogo, cara? Democrata é o cacete, não tem que ser democrata mais agora. ‘Ah, não vou sair das quatro linhas’, acabou o jogo, pô. Não tem mais quatro linhas. Agora o povo na rua tá pedindo ‘pelo amor de Deus’”, disse, sugerindo que a situação já não poderia ser mais contida dentro dos limites democráticos. Ele indicou, ainda, que a confrontação seria inevitável: “Vai dar uma guerra civil? Vai dar, eu tenho certeza, porque os vermelhos vão vir feroz. Mas nós estamos esperando o quê? Dando um tempo para eles se organizarem melhor para a guerra ser pior? Irmão, vamos agora, fala com o 01 aí, cara. É agora”, afirmou, sem revelar quem seria o tal “01” a que se referia.

No mesmo áudio, Criscuoli argumentou que os generais contavam com um apoio popular “maciço” e que, por isso, a hora de agir era agora. Ele afirmou que a situação exigia uma ação imediata para evitar uma guerra civil mais tarde: “Mário, se nós não tomarmos a rédea agora, depois acho que vai ser pior. Na realidade, vai ser guerra civil agora ou vai ser guerra civil depois, só que a guerra civil agora tem uma justificativa, o povo tá na rua, nós temos aquele apoio maciço. Daqui a pouco nós vamos entrar em uma guerra civil, porque daqui uns meses esse cara vai destruir o exército, vai destruir tudo”, disse ele, expressando preocupação com o futuro do Exército. Tanto Criscuoli quanto Fernandes foram presos na semana passada.

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