Quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de setembro de 2020
Presidente enviou um discurso gravado à ONU
Foto: Reprodução/TV BrasilEm discurso gravado e apresentado nesta quarta-feira (30) na cúpula sobre biodiversidade da ONU (Organização das Nações Unidas), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que organizações, em parceria com algumas ONGs, “comandam crimes ambientais no Brasil e no exterior”.
Bolsonaro foi um dos chefes de Estado que enviaram discursos gravados à ONU para a cúpula que ocorreu dentro dos eventos da Assembleia Geral da entidade, realizada de forma virtual devido à pandemia do novo coronavírus.
“Na Amazônia, lançamos a Operação Verde Brasil 2, que logrou reverter, até agora, a tendência de aumento da área desmatada observada nos anos anteriores. Vamos dar continuidade a essa operação para intensificar ainda mais o combate a esses problemas que favorecem as organizações que, associadas a algumas ONGs, comandam os crimes ambientais no Brasil e no exterior”, disse Bolsonaro.
Bolsonaro não apresentou provas nem citou nomes de ONGs que estariam por trás de crimes ambientais. O presidente voltou a afirmar que o Brasil é soberano na porção do seu território coberto pela floresta Amazônica e rechaçou o que considera “cobiça internacional” sobre a área.
“Rechaço, de forma veemente, a cobiça internacional sobre a nossa Amazônia. E vamos defendê-la de ações e narrativas que agridam a interesses nacionais”, afirmou.
“Não podemos aceitar, portanto, que informações falsas e irresponsáveis sirvam de pretexto para a imposição de regras internacionais injustas, que desconsiderem as importantes conquistas ambientais que alcançamos em benefício do Brasil e do mundo”, acrescentou.
Política ambiental
Bolsonaro defendeu a política ambiental do governo federal que, segundo ele, vem adotando políticas de proteção ao meio ambiente de forma consciente. O governo Bolsonaro é criticado por investidores, ambientalistas e governos de outros países pela gestão ambiental.
“Temos a obrigação de preservar nossos biomas e, ao mesmo tempo, precisamos enfrentar adversidades sociais complexas, como o desemprego e a pobreza, além de buscar garantir a segurança alimentar do nosso povo”, disse o presidente.
“Em 2020, avançamos nessa direção e, mesmo enfrentando uma situação difícil e atípica devido ao coronavírus, reforçamos ações de vigilância sobre nossos biomas e fortalecemos nossos meios para combater a degradação dos ecossistemas, a sabotagem externa e a biopirataria”, complementou Bolsonaro.
Na última terça-feira (29), a Justiça Federal do Rio de Janeiro suspendeu decisões do Conama que retiraram proteção de áreas de manguezais e de restingas. Na decisão, a juíza disse que derrubadas de resoluções são “evidente risco de danos irrecuperáveis ao meio ambiente”.
Em 18 de setembro, depois de receber relatório sobre desmatamento, a França voltou a se manifestar contra o acordo comercial entre o Mercosul e União Europeia. Segundo o relatório, o custo ambiental do acordo superaria os benefícios econômicos.
Em julho, executivos de 38 grandes empresas brasileiras e estrangeiras enviaram uma carta ao vice-presidente Hamilton Mourão, que preside o Conselho da Amazônia, cobrando ações concretas de combate ao desmatamento no país.
Intitulado de “Comunicado do Setor Empresarial Brasileiro”, o documento também foi assinado por quatro entidades setoriais do agronegócio, do mercado financeiro e da indústria.