Sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 19 de fevereiro de 2025
O tenente-coronel Mauro Cid afirmou, em acordo de delação premiada, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), “encaminhava diretamente” ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) em mensagens.
“Indagado sobre ataques a ministros STF, identificados na investigação, encaminhado por meio do telefone do ex-presidente Jair Bolsonaro, responde: que era o ex-Presidente que encaminhava diretamente”, diz a transcrição de um dos seus depoimentos.
O sigilo da delação foi retirado nessa quarta-feira por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Em um dos depoimentos, Cid afirmou que o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, era responsável por controlar as redes sociais dele. O militar afirmou, contudo, que Bolsonaro que manuseava o próprio celular.
“Indagado se todas essas postagens já identificadas, de telefones celulares, que outras pessoas têm, que receberam de telefones em nome do ex-presidente Jair Bolsonaro, eram encaminhadas por ele ou por seus assessores, respondeu: que o ex-presidente Jair Bolsonaro era o responsável pelas mensagens”, diz a transcrição.
Entenda a denúncia
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal o ex-presidente, o ex-ministro Walter Braga Netto e mais 32 pessoas por participação em uma trama golpista para mantê-lo no poder após ser derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. A denúncia foi oferecida pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e será apreciada pela Primeira Turma da Corte após ser liberada pelo relator, ministro Alexandre de Moraes.
De acordo com a acusação, Bolsonaro cometeu os crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição do estado democrático de direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Por que Bolsonaro foi denunciado pela PGR? Segundo a PGR, Bolsonaro ‘liderou’ organização criminosa que tentou golpe de Estado.
“A responsabilidade pelos atos lesivos à ordem democrática recai sobre organização criminosa liderada por Jair Messias Bolsonaro, baseada em projeto autoritário de poder”, escreveu Gonet, na denúncia.
De acordo com a PGR, a suposta organização criminosa estava “enraizada na própria estrutura do Estado” e tinha “forte influência de setores militares”. As informações são do jornal O Globo.