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Em depoimento, deputado Chiquinho Brazão chora e diz que fizeram “maldade” com Marielle Franco

A sessão de Chiquinho é a primeira das cinco que serão feitas nesta semana com os réus do caso Marielle Franco. (Foto: Reprodução)

O deputado federal Chiquinho Brazão, preso, acusado de ser um dos mandantes da morte da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, em março de 2018, se emocionou no depoimento que presta, na tarde dessa segunda-feira (21), por videoconferência, no Supremo Tribunal Federal (STF).

Com 10 minutos de depoimento, ao falar sobre seus irmãos e sua história de vida, o deputado Chiquinho Brazão se emocionou. Vinte minutos depois chorou novamente ao falar dos passeios de domingo com os netos. No minuto seguinte, o deputado federal falou que Marielle era uma pessoa muito amável:

“Fizeram uma maldade muito grande com ela. Marielle sempre foi minha amiga. Era uma vereadora muito amável e com quem a gente tinha uma boa relação. Ela (Marielle) sempre foi muito respeitosa e carinhosa”, disse Chiquinho Brazão.

A sessão de Chiquinho é a primeira das cinco que serão feitas nesta semana com os réus do caso Marielle Franco e Anderson Gomes. A audiência prevista para começar às 13h começou com 48 minutos de atraso. Chiquinho garantiu ao desembargador Airton Vieira, que conduz a audiência, que não conhece Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle, e que se encontrou apenas quatro vezes com Edmilson Oliveira da Silva, o Macalé.

De acordo com investigações da Polícia Federal e a denúncia da Procuradoria Geral da República, Macalé foi o responsável por levar a “encomenda” pelo assassinato de Marielle a Lessa. Macalé foi assassinado em novembro de 2021, em Bangu. A sessão desta segunda-feira estava prevista para durar até as 19h, e a etapa encerra na sexta (25). Todas serão por videoconferência, já que os réus estão em presídios de segurança máxima.

A estrutura do depoimento foi informada pelo desembargador Airton Vieira, que conduz a audiência:

O réu, no caso Chiquinho Brazão, tem tempo livre para falar sobre o caso. Depois, o deputado federal responderá a perguntas da acusação e até do próprio desembargador. A seguir, responde a perguntas das defesas dos outros réus e a questões de seu advogado. O desembargador Airton Vieira conclui fazendo perguntas caso entenda necessário.

O processo tem como relator Alexandre de Moraes, e os réus também serão julgados em um júri no Tribunal de Justiça do Rio. Veja a ordem dos interrogatórios:

– Segunda – Chiquinho Brazão
– Terça – Domingos Brazão
– Quarta – Robson Peixe
– Quinta – delegado Rivaldo Barbosa
– Sexta – Major Ronald

Os réus já tinham prestado depoimento após as prisões e apresentado defesa após as denúncias. Essa fase de interrogatório faz parte da instrução penal. Depois dessa semana, tanto as defesas quanto a acusação vão ter cinco dias para avaliar se vão pedir novas diligências. Caso não peçam, o processo entra na fase de alegações finais.

São cinco os réus do processo no Supremo:

– Domingos Brazão – Conselheiro do TCE do RJ é apontado como mandante da morte de Marielle.
– Chiquinho Brazão – Deputado federal também responde como mandante junto com o irmão, Domingos.
– Rivaldo Barbosa – Delegado da Polícia Civil do RJ é acusado de saber do crime antes de sua realização, em 14 de março de 2018, quando ocupava a direção da Divisão de Homicídios.
– Ronald Paulo Pereira – Major da PM está preso por outro processo por envolvimento com a milícia de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, onde teria praticado homicídios e ocultação de cadáver. No caso Marielle, o major Ronald é acusado de participar do homicídio ao monitorar os passos da vereadora.
– Robson Calixto Fonseca, o Peixe – Policial militar. É acusado de integrar a organização criminosa que seria chefiada, de acordo com a denúncia da PGR, pelos irmãos Brazão. Segundo a denúncia, Peixe teria ajudado a desaparecer com a MP5, submetralhadora usada para matar Marielle.

 

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