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Mundo No seu discurso de despedida da presidência dos EUA, Barack Obama incentiva os americanos a participarem ativamente da democracia

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Presidente dos EUA fez em Chicago o seu último discurso oficial, dez dias antes de transmitir cargo a Donald Trump (Foto: Reuters)

Em um tom positivo e recorrendo a seu antigo slogan de campanha, Barack Obama se despediu do povo americano na noite desta terça-feira (10) em seu último discurso oficial como presidente. “Sim, nós podemos. E nós fizemos”, disse, após enumerar avanços alcançados em seus dois mandatos.

A dez dias de entregar a presidência a Donald Trump, ele falou durante 54 minutos para um público de 20 mil pessoas no McCormick Place, em Chicago, em discurso transmitido ao vivo pela TV.

Aos gritos de “fique”, o presidente foi bastante aplaudido e abriu o pronunciamento com um agradecimento. “Hoje é minha vez de dizer obrigado. Todos os dias, aprendi com vocês. Vocês fizeram de mim um presidente melhor, e fizeram de mim um homem melhor.”

Enumerando índices positivos de criação de empregos e redução de pobreza, além de avanços internacionais como o acordo nuclear com o Irã, Obama disse que seria difícil acreditar que tudo isso um dia seria realizado. “Mas foi isso que fizemos”, ressaltou.

O presidente falou ainda sobre a democracia nos EUA e reforçou a importância da união. Vaias foram ouvidas quando ele falou sobre a transferência do poder em dez dias, mas, cortando os protestos, Obama destacou que o processo eleitoral faz parte da democracia e que a transição será pacífica, assim como quando George W. Bush entregou o cargo a ele há oito anos.

Conforme haviam adiantado seus assessores, o tom do discurso foi basicamente otimista. “Nossa juventude e disposição, nossa diversidade e abertura, nossa incansável capacidade de arriscar e reinventar significam que o futuro deve ser nosso”, disse. “A mudança apenas acontece quando pessoas comuns se envolvem, se comprometem e se unem para exigi-la. Nossa democracia não irá funcionar sem o senso de que todos tenham oportunidades.”

A parte final do discurso foi dedicada à democracia, com o alerta de que “nossa democracia é ameaçada a cada vez que nós a damos por certo. Todos nós, independente do partido, devemos nos atirar na tarefa de reconstruir nossas instituições democráticas e quando as taxas de voto estão entre as mais baixas entre as democracias avançadas, deveríamos tornar mais fácil votar, e não mais difícil”.

O presidente também incentivou os cidadãos a participarem mais ativamente da vida pública. “A América não é uma coisa frágil. Mas os ganhos de nossa longa jornada até a liberdade não estão assegurados”, disse. “Apesar de todas as nossas diferenças externas, nós, na verdade, dividimos todos o mesmo título orgulhoso: cidadãos. Nossa democracia precisa de vocês. Não apenas quando há uma eleição, mas durante toda a sua vida.”

Igualdade racial

A questão racial também teve destaque, com o presidente dizendo que ela “permanece uma força potente e muitas vezes divisiva em nossa sociedade”. Ele incluiu ainda a questão da imigração em sua fala. “Se não estivermos dispostos a investir nos filhos de imigrantes, diminuímos os prospectos de nossos próprios filhos.”

Emocionado, Obama chegou a enxugar os olhos ao falar de sua mulher, Michelle Obama, e de suas filhas, Malia e Sasha. O público aplaudiu de pé os elogios dele à família. “Michelle, eu tenho orgulho de você e o país tem orgulho de você e Malia e Sasha, de tudo o que já fiz em minha vida, meu maior orgulho é ser o pai de vocês”, disse, visivelmente comovido.

Toda a equipe de seu governo também foi homenageada, e através dela Obama se referiu a todos os americanos que o apoiaram nos últimos oito anos. “A todos os americanos que viveram e respiraram o trabalho duro da mudança: vocês são os melhores apoiadores e organizadores que alguém poderia desejar.” (AG) 

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