Sábado, 29 de março de 2025
Por Redação O Sul | 25 de março de 2025
Enquanto a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) dava início ao julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de estado, alguns dos principais aliados do ex-presidente se dedicavam, nessa terça-feira (25), a intensas ofensivas contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a Corte. O cenário político se mostrava tenso, com disputas e críticas acirradas entre diferentes setores, que refletiam o ambiente polarizado do País.
O filho do presidente, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), conduziu durante toda a tarde uma audiência na Comissão de Segurança Pública, onde preside o colegiado, sobre a “ADPF das Favelas”. Essa ação, que está em vigor, cria regras para as operações policiais em favelas e é fortemente contestada pelo parlamentar, que se mostrou crítico ao impacto das decisões sobre a segurança pública.
O STF deve julgar o processo nesta quarta-feira (26), mas a atuação de Flávio não se limitou a essa audiência. Pela manhã, o senador participou de um fórum sobre segurança pública promovido pelo PP, onde, além de discutir temas relacionados à segurança, fez duras críticas aos ministros do STF. Flávio afirmou que o ministro Edson Fachin, relator da ação, “não sabe nada de segurança pública”. Nesse fórum, estiveram presentes outros aliados de Bolsonaro, como o presidente do PP, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), e até mesmo o ex-aliado, o senador Sergio Moro (União-PR).
Em outra frente, o líder da oposição no Senado, e ex-ministro de Bolsonaro, senador Rogério Marinho (PL-RN), apresentou uma denúncia ao Tribunal de Contas da União (TCU). A denúncia acusa a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, de violação dos princípios constitucionais da impessoalidade, moralidade e legalidade. O motivo seria o fato de Gleisi ter divulgado um vídeo promovendo um programa de crédito consignado como sendo um “empréstimo do Lula”, o que, segundo Marinho, poderia caracterizar abuso de poder e uso indevido de recursos públicos.
Já na Câmara dos Deputados, a bancada do PL, partido de Bolsonaro, anunciou pela manhã que faria obstrução — uma estratégia para tentar impedir o avanço de debates e votações — em todos os colegiados da Casa, exceto na pauta da Comissão de Relações Exteriores, presidida pelo deputado Filipe Barros (PL-PR).
No entanto, o plano de obstrução não foi consumado ao longo do dia, já que os deputados não levaram adiante essa estratégia de forma concreta. (Com informações do jornal O Globo)