Quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de janeiro de 2019
Milhares de venezuelanos estiveram nas ruas nesta quarta-feira (23) para protestar contra o governo de Nicolás Maduro. As manifestações ocorreram em diversas cidades do país, incluindo ex-redutos chavistas na capital. Além de Caracas, Táriba, Pedraza, San Cristóbal, Carúpano, Maracaibo e Valencia registraram mobilização popular. Também houve protestos em Barquisimeto, Vargas, El Tigre, Mérida, Maracay, Araure e San Juan de los Morros.
Em Caracas, os manifestantes partiram de pontos de encontro predeterminados em direção à Praça João Paulo II, no bairro de Chacao, onde estava marcado o ato de encerramento da jornada. Imagens mostraram a avenida Francisco de Miranda, uma das principais da capital e que desemboca na praça, completamente tomada.
As primeiras horas desta quarta-feira começaram tensas. Ainda durante a madrugada, em manifestações prévias ao ato convocado pela oposição, pelo menos quatro pessoas morreram em meio a saques a comércios locais — entre elas, um jovem de 16 anos que participava de mobilização na favela de Catia, na Zona Oeste de Caracas. Uma estátua do ex-presidente Hugo Chávez foi queimada em San Félix, no Estado de Bolívar. Ao todo, segundo o site Efecto Cocuyo, desde a madrugada até o final da tarde desta quarta, haviam sido registradas 13 mortes no contexto dos protestos.
Os atos espontâneos ganharam força na última segunda-feira (21) após a revolta de um grupo de militares da Guarda Nacional Bolivariana, em Cotiza, um bairro pobre no norte da capital. A Força Armada do país prendeu 27 militares envolvidos na ação.
À agitação provocada pela rápida insurgência se somou uma sentença do TSJ (Tribunal Supremo de Justiça) — que é governista –, que declarou “nulos” todos os atos aprovados pela Assembleia Nacional, de maioria opositora, desde 5 de janeiro.
A oposição venezuelana e diversos países – entre eles Brasil, Estados Unidos, Canadá e os membros do Grupo de Lima – não reconhecem a legitimidade do novo mandato de Maduro, que vai até 2025.
A Organização dos Estados Americanos também declarou, no dia da posse, que não reconhece mais o governo bolivariano.
Data simbólica
A oposição, sob liderança do presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, escolheu o “23 de janeiro” para um grande protesto contra Maduro porque nesta data, em 1958, o ditador venezuelano Marcos Pérez Jiménez deixou o poder.