Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 6 de fevereiro de 2019
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, abriu o discurso sobre o Estado da União na madrugada desta quarta-feira (06) pedindo, justamente, a união entre os dois principais partidos do país.
Em seguida, porém, ele voltou a insistir sobre a construção do muro na fronteira com o México, motivo de impasse no Congresso norte-americano que levou à paralisação mais longa do governo. O discurso havia sido marcado para 29 de janeiro. Porém, por causa do “shutdown”, a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, remarcou o evento.
“Shutdown” e muro na fronteira
Para defender a proposta do muro, Trump disse que a criminalidade em El Paso – cidade no Texas fronteiriça com o México – caiu drasticamente depois que uma cerca foi instalada lá.
“Simples assim, muros funcionam e muros salvam vidas. Então vamos trabalhar juntos, com compromisso, e chegar a um acordo que realmente torne os EUA seguros”, disse Trump. O presidente americano e o Congresso têm até 15 de fevereiro para chegar a um acordo sobre o orçamento para segurança na fronteira – para a qual o presidente faz questão de uma barreira física. Caso o impasse continue, um novo “shutdown” deve começar.
O presidente afirmou que as caravanas migratórias são perigosas para os próprios migrantes e permitem a entrada de drogas letais “que cruzam nossas fronteiras e inundam nossas cidades”. “Tolerância com a imigração ilegal não é compaixão – é crueldade”, disse. “Eu quero que as pessoas venham para o nosso país ainda mais do que nunca, mas elas devem vir legalmente”, afirmou Trump.
“Investigações partidárias ridículas”
Em um dos momentos mais controversos do discurso, Trump também atacou as investigações que considera partidárias. Segundo ele, inquéritos abertos contra ele e aliados freiam o que chamou de “milagre econômico” nos EUA. “A única coisa que pode parar nossa economia são guerras tolas e investigações partidárias ridículas”, disse Trump.
O presidente norte-americano está na mira do procurador especial Robert Mueller por um suposto conluio com a Rússia nas eleições de 2016. Em outras ocasiões, Trump disse ser alvo de uma “caça às bruxas”. Na terça-feira (05), integrantes da equipe do republicano foram intimados para esclarecer gastos durante a última campanha presidencial.
Venezuela, Guaidó e socialismo
Trump foi aplaudido de pé pela maioria dos presentes na cerimônia quando mencionou o reconhecimento de Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. Os EUA foram o primeiro país a reconhecer o oposicionista no cargo.
“Nós apoiamos o povo venezuelano em sua nobre busca pela liberdade, e condenamos a brutalidade do regime [de Nicolás] Maduro, cujas políticas socialistas fizeram dessa nação, antes a mais rica da América do Sul, um estado de pobreza e desespero”, ressaltou Trump.