Terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 4 de agosto de 2024
Governador do Rio Grande do Sul comentou as expectativas para o pleito de 2026 e a relação de integrantes do centro político com a esquerda e a direita no Brasil
Foto: Maurício Tonetto/Secom-RSO governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), defendeu o que chamou de “centro radical” para contrapor a polarização política no Brasil.
Durante participação no CNN Entrevistas do último sábado (03), o tucano analisou o atual cenário brasileiro e sustentou a existência de um caminho descolado das figuras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Algumas pessoas identificam em mim, por exemplo, alguém muito conciliador, que busca não se contrapor aqui ou ali, e confundem isso com, eventualmente, falta de firmeza”, afirma Leite.
“Não há nenhuma falta de firmeza do meu lado, e é o que eu defendo para o centro, que sejamos um centro radical, que a gente defenda vivamente o que nós acreditamos, contrapondo os dois polos que estão aí se apresentando, dominando o debate. Então não é sobre ser simplesmente o centro no meio deles, é sobre ser o terceiro polo”, prossegue o governador.
Leite discordou de uma possível rejeição da população a um nome da chamada “terceira via”. Para o governador — que prefere o termo “terceiro polo” — a dificuldade do centro não é de apoio, mas de enfrentamento às estratégias dos grupos adversários.
“A questão é que é mais difícil para uma candidatura que não está associada ao Lula ou ao Bolsonaro ter audiência. A dificuldade é ter esta audiência, porque esses grupos políticos são tão estridentes e têm já a sua organização, que acabam ocupando o espaço. Então é difícil conseguir se posicionar. E ao mínimo sinal de alguém conseguir se posicionar, os dois grupos, que já estão organizados, buscam fulminar qualquer alternativa”, disse Eduardo Leite.
Possibilidade de candidatura
Questionado sobre as pretensões políticas para 2026, Eduardo Leite não escondeu o desejo de integrar o quadro de presidenciáveis.
Entre os tucanos, Marconi Perillo, atual presidente da sigla, tem se mostrado um entusiasta da candidatura. “Perguntar para um político que foi prefeito e é governador de um estado se gostaria de ser presidente, é como perguntar para um jornalista que esteja em uma TV comunitária na sua cidade se ele não quer ser jornalista na CNN. Aspiração política é legítimo”, explica Leite.
Apesar da disposição, o governador tucano afirmou que não está dedicado às eleições majoritárias. “Se ali na frente, quando estivermos debatendo o processo eleitoral, outro nome melhor que tenha capacidade eleitoral de representar o que eu acredito, eu não tenho nenhum problema de ajudar a construir outra candidatura que não a minha. Se tiver alguém que, distante desses polos, consiga apresentar-se eleitoralmente viável, eu vou ser um colaborador”, completou.
Em 2022, o PSDB abriu mão de lançar um candidato ao Palácio do Planalto. A decisão foi tomada após negociações da sigla com partidos como o MDB, e a falta de consenso em torno de um nome único para a enfrentar os candidatos do PT e do PL.
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