Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de março de 2021
A farmacêutica Merck vai ajudar a fabricar a vacina contra covid-19 de dose única da rival Janssen, braço da gigante Johnson & Johnson, informou o Washington Post nessa terça-feira (2), citando altos funcionários da administração do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Segundo o jornal, o pacto incomum entre as concorrentes tem o objetivo de aumentar drasticamente o fornecimento do imunizante, aprovado no sábado pela Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, em inglês).
Os funcionários do governo norte-americano, que falaram em condição de anonimato, afirmaram que logo nos primeiros dias do governo Biden vasculham o país em busca de capacidade de fabricação adicional após perceberem que a Johnson & Johnson estava atrasada na produção das vacinas.
Imediatamente negociou-se um acordo com a Merck, um dos maiores fabricantes de vacinas do mundo, que, no entanto, falhou em desenvolver a própria vacina contra a doença. A empresa anunciou no dia 25 de janeiro que estava interrompendo o trabalho em duas vacinas experimentais, embora continue trabalhando em dois tratamentos para a covid-19.
O acordo prevê que a Merck dedique duas instalações nos EUA para as vacinas da Johnson & Johnson. Uma fornecerá serviços para a última etapa do processo de produção, durante a qual a substância do imunizante é colocada em frascos e embalada para distribuição.
O outro fará a própria vacina e tem o potencial de aumentar muito o fornecimento, talvez até dobrando o que a Johnson & Johnson poderia fazer por conta própria, segundo as autoridades.
De acordo com o Washington Post, um dos funcionários afirmou que essa trata-se de “uma parceria histórica”, e acrescentou que as empresas “reconhecem que este é um esforço de tempo de guerra”.
Os funcionários não forneceram detalhes sobre como o envolvimento da Merck afetará o fornecimento projetado para a vacina da Johnson & Johnson e o cronograma de distribuição. A empresa pretende entregar 20 milhões de doses encomendadas pelos EUA até o fim de março.
Embora tenha sediado parte dos ensaios clínicos da vacina da J&J, o Brasil ainda não formalizou qualquer acordo com a empresa.
Acordos entre farmacêuticas
A Sanofi, que enfrenta atrasos em seus testes clínicos de uma vacina candidata contra a covid-19, também anunciou na semana passada que ajudaria a Johnson & Johnson nas etapas finais de produção e envase dos frascos na Europa.
As parceiras Pfizer e BioNTech também anunciaram, em janeiro, acordos para que as rivais Sanofi e Novartis apoiassem a produção de sua vacina na Europa.