Sexta-feira, 11 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 9 de março de 2019
Os saques da caderneta de poupança superaram os depósitos em fevereiro. A retirada líquida (descontados os depósitos) ficou em R$ 4,020 bilhões, informou o BC (Banco Central). Foi o segundo mês seguido de retirada líquida – em janeiro chegou a R$ 11,232 bilhões.
Em fevereiro do ano passado, também houve retirada líquida, no total de R$ 708,116 milhões. O resultado negativo do mês passado foi o maior para o mês desde de 2016, quando houve retirada líquida de R$ 6,638 bilhões.
No mês passado, foram depositados na caderneta de poupança R$ 181,996 bilhões. Os saques durante o segundo mês do ano somaram R$ 186,017 bilhões.
Em fevereiro deste ano, os rendimentos da aplicação mais popular do País chegaram a R$ 2,965 bilhões. O saldo atualmente depositado na poupança está em R$ 787,933 bilhões.
Pela legislação em vigor, o rendimento da poupança é calculado pela soma da TR (Taxa Referencial), definida pelo BC, mais 0,5% ao mês, sempre que a taxa básica de juros (Selic) estiver acima de 8,5% ao ano.
Quando a Selic é igual ou inferior a 8,5% ao ano, como ocorre atualmente, a remuneração da poupança passa a ser a soma da TR com 70% da Selic. Hoje, a taxa Selic está em 6,5% ao ano.
Alternativas
Com a taxa de juros básica da economia, a Selic, no seu menor patamar histórico, investidores estão buscando alternativas para alcançar melhor rendimento nas suas aplicações. Afinal, tão importante quanto guardar recursos para projetos, emergências ou para o futuro é fazer com que esses valores garantam o poder de compra para o poupador. Nesse sentido, o Tesouro Direto aparece como um importante aliado dos aplicadores, já que tem retorno maior do que a tradicional caderneta de poupança, tem segurança, liquidez e não está sujeito aos riscos de mercado.
De maneira resumida, o Tesouro Direto é um programa do governo federal de compra e venda de títulos públicos, portanto, uma modalidade de investimento que tem como garantia o próprio governo brasileiro. Significa dizer que o investimento nesse produto, apesar de não estar dentro das regras do fundo garantidor, é considerado extremamente seguro. Os recursos estarão em risco só se houver uma crise muito grande e o Brasil quebrar.
Além da segurança, o investimento traz rendimentos maiores do que a tradicional caderneta de poupança. De acordo com estudo realizado pela XP Investimentos, essa modalidade de investimento rendeu 32% acima da poupança (já contemplando impostos) nos últimos três anos.
Ainda segundo cálculos da empresa, a tendência é de que os rendimentos sigam em alta. Os dados da corretora mostram que nos próximos dois anos, considerando projeções para Selic, o Tesouro Selic renderá 21% mais que a poupança.
Apesar disso, o volume aplicado na poupança ainda é quase 20 vezes maior que investimentos em Tesouro Direto. Para especialistas, o desconhecimento é um dos motivos que levam muitos brasileiros ainda a escolher a poupança, mesmo com o Tesouro dando retorno melhor.
“Essa modalidade tem liquidez diária, o que a poupança não tem, e ajuda na potencialização do dinheiro que está guardado”, avalia o consultor financeiro Reinaldo Domingos. Para ele, aos poucos, no entanto, os brasileiros começam a conhecer essa modalidade de investimento e a tendência é de que ela ganhe destaque nos próximos anos dentro do cenário nacional.
De fato há um aumento, ainda que pequeno, nos investimentos no Tesouro. De acordo com dados levantados do Tesouro Nacional, o número de investidores cadastrados no Tesouro Direto teve um aumento de 141.110 em dezembro na comparação com novembro, ou 4,75%, fechando 2018 na marca de 3.113.296 pessoas. O total de investidores cadastrados subiu 1,28 milhão em todo o ano, uma média de 106.709 novos investidores cadastrados por mês. Esses números representam recorde histórico. Em 2017, foram 706.572 novos investidores cadastrados, uma média de 58.881 por mês.