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Rio Grande do Sul Em meio à catástrofe provocada pelas chuvas no Rio Grande do Sul, é um alento testemunhar a corrente de solidariedade que tomou conta do Brasil, com apoio até no exterior

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O Governo de São Paulo enviou no dia 8, por meio do Fundo Social de São Paulo e da Defesa Civil, 25,4 toneladas de donativos às vítimas das fortes chuvas no Rio Grande do Sul. (Foto: Divulgação Governo do Estado de São Paulo)

A mobilização que vemos para ajudar os atingidos pela catástrofe climática no Rio Grande do Sul é digna de orgulho para o Brasil. Apesar de saques e desinformação, prevalece o espírito de ajuda aos gaúchos em um momento de dor.

É um movimento comparável apenas ao que se formou durante a pandemia de Covid-19. O país polarizado felizmente não titubeou em se unir para acolher os gaúchos num dos momentos mais difíceis de sua história.

Não poderia ser diferente diante da situação. Inundações e deslizamentos já deixaram pelo menos 136 mortos e 125 desaparecidos. Cerca de 90% dos municípios gaúchos foram atingidos. Serviços básicos, como luz, água e comunicações, estão comprometidos. Mais de 500 mil moradores tiveram de deixar suas casas. Nos supermercados, é difícil encontrar água e comida.

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Falta quase tudo aos gaúchos, mas não solidariedade. Voluntários não se intimidaram com o cenário hostil e se juntaram às forças-tarefas que atuam no resgate de famílias isoladas, no acolhimento aos flagelados e na distribuição de doações.

A professora universitária Camila Rodenbusch foi para a linha de frente com seus alunos. “Resgatamos crianças sem pais, muitos idosos doentes, é uma situação muito triste”, disse ela ao Jornal Nacional. Deram ao Brasil uma aula prática de compaixão. São apenas um dos inúmeros elos da corrente do bem formada no Brasil.

Empresas e entidades da sociedade civil se engajaram na ajuda aos desabrigados, seja criando centros para recolher doações de alimentos e roupas, seja na mobilização para fazê-las chegar a quem precisa. O voluntariado tem sido fundamental, pois a estrutura do estado, mesmo com reforço de outros governos e das Forças Armadas, é incapaz de atender à infinidade de demandas.

É verdade que, em contraste, há quem se aproveite da desgraça alheia. Têm surgido os saques e golpes envolvendo doações em dinheiro. A ação de golpistas não deve, porém, desestimular as doações. Basta procurar instituições idôneas e tomar os cuidados necessários.

Desinformação

Tem sido lamentável também a desinformação que circula nas redes sociais, disseminada por militantes ou políticos interessados em faturar com a tragédia. Autoridades já desmentiram que estejam criando dificuldades ao transporte ou à entrega de donativos. A circulação desse tipo de propaganda só serve para tumultuar um ambiente já caótico. Claro que não autoriza o governo a agir com autoritarismo para coibi-la. Não se justifica a investigação de conteúdos solicitada à Polícia Federal pelos ministros da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, e da Justiça, Ricardo Lewandowski. Muitos dos exemplos apresentados são apenas críticas ao governo. O melhor a fazer é apenas esclarecer os fatos.

O que há de ficar marcado em meio ao luto e à destruição é a comovente corrente solidária que uniu anônimos, celebridades, esportistas, empresas, cidadãos de todas as idades na ajuda às vítimas — e que certamente não há de faltar nos esforços de reconstrução. Espírito que pode ser resumido na atitude da mato-grossense Maria Eduarda, de 10 anos. Como mostrou o portal g1, ela deixou suas doações num posto de coleta em Campo Verde (MT) com um bilhete: “Quando ouvi a história do alagamento, eu me comovi muito e decidi ajudar e mandar um saco cheio de roupas, brinquedos etc. Espero do fundo da minha alma que vocês fiquem bem”. É o que esperamos todos nós. As informações são do jornal O Globo.

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