O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nessa sexta-feira (7) que sabe quem são seus verdadeiros aliados, e quem são os “amigos de ocasião”.
Lula deu a declaração em um evento com assentados da reforma agrária, em Minas Gerais. A fala do presidente ocorre em meio à uma crise de popularidade do governo, e a pressão do Centrão por mais cargos na Esplanada.
No início de fevereiro, Lula deu início a uma reforma ministerial em etapas para fortalecer a posição do governo em duas áreas críticas: a relação com o Congresso e a recuperação da popularidade junto ao eleitorado.
Lula deve tentar dar um perfil mais político aos seus ministérios. Ele vem cobrando que os ministros defendam os feitos do governo, e deve tentar também abraçar indicações do Centrão (bloco informal na Câmara dos Deputados que reúne parlamentares de legendas de centro e centro-direita).
Nesta sexta, Lula afirmou a um público de assentados, que tradicionalmente o apoiam, que deve sua eleição ao povo trabalhador, e não a empresários, banqueiros ou aristocratas.
“Todo mundo sabe que eu tenho lado. Todo mundo sabe que quando eu terminar o meu mandato eu vou voltar pra minha casa, não vou para Paris, Londres, para os Estados Unidos. E quem são os meus amigos depois que eu deixar a Presidência? São vocês. Que foram para a vigília gritar bom dia, boa tarde, boa noite Lula”, disse.
“Eu nunca esqueço quem são meus amigos. Eu trato todo mundo com respeito, mas eu sei quem é amigo de verdade, e sei quem é amigo ocasional. Aquele que quer tirar proveito por eu ser presidente da República. Não pensem que me enganam, eu sei de que lado eu estou”, seguiu.
O episódio mais recente dessa sinalização foi a nomeação da senadora Gleisi Hoffmann para o Ministério das Relações Institucionais, pasta responsável pela articulação entre o governo e o Congresso. Ela assume o cargo deixado por Alexandre Padilha, que passará a chefiar a Saúde.
O presidente foi aconselhado por aliados a escolher um nome de partidos do Centrão para fazer a relação com o Congresso, porém não acatou a sugestão e manteve a pasta com o PT.
Com Gleisi, Lula coloca no governo um nome com posições mais à esquerda e crítico da agenda do mercado financeiro.
Críticas
A gestão de Lula tem sido alvo de críticas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que está insatisfeito com o andamento das ações de reforma agrária.
O presidente comentou o crescimento do PIB em 3,4% em 2024 e reforçou a crença de que “vai crescer mais” em 2025, assim como salário mínimo, distribuição de renda, regularização de terras para indígenas, quilombolas e assentados.
“Esse ano não tem explicação, não tem choradeira, nós temos que entregar as coisas que nós prometemos durante a campanha”, afirmou Lula. As informações são do portal g1.