Terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de março de 2024
“Peço a todos os haitianos que mantenham a calma e façam tudo o que puderem para que a paz e a estabilidade voltem o mais rápido possível”, disse Henry.
Foto: Reprodução de vídeoO primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, renunciou ao cargo na noite de segunda-feira (11). Em pronunciamento, ele afirmou que deixará o poder assim que um conselho de transição for instaurado.
Horas antes do discurso, a renúncia do premiê já havia sido confirmada pela Caricom (Comunidade do Caribe). O Haiti faz parte do bloco de cooperação econômica e política.
“Peço a todos os haitianos que mantenham a calma e façam tudo o que puderem para que a paz e a estabilidade voltem o mais rápido possível”, disse Henry.
Segundo a Caricom, o conselho de transição haitiano será composto por dois observadores e sete membros com poder de voto, incluindo representantes do setor privado, da sociedade civil e da igreja.
No caso da nomeação do primeiro-ministro interino, o nome escolhido pelo conselho não poderá participar das próximas eleições no Haiti.
A Caricom e outras entidades internacionais se comprometeram em colaborar com a transição pacífica de poder no Haiti e a realização de eleições livres.
O país caribenho decretou estado de emergência no dia 3 deste mês depois que penitenciárias foram invadidas por gangues armadas. Mais de 3.500 detentos conseguiram fugir e mortes foram registradas.
O país vive uma crise política, humanitária e de segurança desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse, em 2021. Naquele ano, Henry assumiu o poder.
Líderes de gangues e parte da população queriam a saída de Henry e a realização de eleições gerais, que não acontecem há quase uma década. Por outro lado, o primeiro-ministro afirmava que ainda não era seguro realizar eleições.
Atualmente, Henry está na ilha de Porto Rico, que é um território dos Estados Unidos. Gangues haitianas ameaçaram o primeiro-ministro e atacaram o principal aeroporto do país para impedir a volta dele.
Autoridades norte-americanas afirmaram que Henry poderá continuar no território pelo tempo que for necessário e que o retorno dele ao Haiti depende de uma melhora na segurança do país.
O agravamento da situação no Haiti fez com que o Brasil pedisse com urgência a implementação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para a criação da Missão Multinacional de Apoio à Segurança no país.