Domingo, 27 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 15 de setembro de 2016
Os brasileiros estão com dificuldade para pagar suas dívidas bancárias em meio à forte crise econômica e, por isso, continuam apelando para a renegociação com as instituições financeiras – procedimento que bateu recorde em junho deste ano, informou o BC (Banco Central) nesta quinta-feira (15) por meio do relatório de estabilidade financeira do primeiro semestre.
“O fluxo mensal de reestruturações de dívidas vem crescendo desde o último trimestre de 2015 e alcançou o maior nível da série histórica em junho de 2016. A reestruturação de dívidas é uma prática que vem sendo adotada de forma mais frequente em todas as modalidades, mas com maior intensidade nas operações de financiamento imobiliário”, informou a autoridade monetária no documento.
De acordo com o BC, as modalidades que apresentaram o maior crescimento na proporção de operações inadimplentes (atraso superior a 90 dias) ou “reestruturadas” (dívidas renegociadas) no primeiros semestre são financiamento de veículos, cartão de crédito e financiamento imobiliário, “reflexo da conjuntura econômica desfavorável e das condições adversas do mercado de trabalho”.
Crédito e inadimplência
“O ambiente adverso da economia real continuou a se refletir de maneira pronunciada nos indicadores de crédito neste último semestre, resultando na manutenção da cautela na concessão de crédito e na baixa demanda por parte dos tomadores, levando ao baixo crescimento da carteira”, acrescentou o Banco Central.
A autoridade monetária informou ainda que a rentabilidade do sistema bancário apresentou queda nos seis primeiros meses deste ano, influenciada pela “deterioração da qualidade do crédito e pelo consequente aumento das despesas com provisões [resultado, entre outros, da alta da inadimplência]”.
“Em contrapartida, as instituições direcionaram esforços na contenção de custos administrativos e na busca por outras fontes de receita, com incremento das rendas de tarifas, seguros e cartões na formação do lucro líquido”, observou a autoridade monetária. (AG)