O presidente Michel Temer convidou ministros e alguns parlamentares que estão em Brasília para um almoço neste sábado (9), em sua residência oficial, o Palácio do Jaburu, às 13h. Segundo fontes, devem participar do encontro os mesmos nomes que estiveram na última quinta-feira (7), em encontro na residência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. A convocação tem como objetivo discutir a reforma da Previdência, mas também debater reações para os acontecimentos que envolvem o Executivo e a Justiça.
Há pelo menos três fatos novos em relação ao último encontro do grupo na quinta-feira. Uma das novidades foi a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que aconteceu ontem após a Polícia Federal apontar “fortes indícios” de que os R$ 51 milhões encontrados em um apartamento em Salvador nesta semana sejam dele. Geddel é amigo pessoal de Temer há mais de 30 anos e durante muito tempo foi parte do núcleo peemedebista liderado pelo presidente.
Outro fato novo foi a denúncia envolvendo justamente integrantes do PMDB no Senado. Também na sexta-feira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal uma denúncia por formação de organização criminosa por integrantes do PMDB do Senado Federal no âmbito da Lava-Jato. Os denunciados são os senadores Renan Calheiros, Romero Jucá, Edison Lobão, Jader Barbalho, Valdir Raupp, o ex-presidente e ex-senador José Sarney, além de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro. Os peemedebistas são acusados de receber R$ 864 milhões em propina e gerar prejuízo de R$ 5,5 bilhões aos cofres da Petrobras e perda de R$ 113 milhões para a Transpetro.
E, por fim, outra “novidade” que pode integrar o cardápio do almoço deste sábado foi o pedido de Janot para prender o empresário e dono do grupo J&F, Joesley Batista. O pedido ainda precisa ser analisado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato na Corte. Segundo apurou o Estado, Janot também pediu a prisão do diretor do J&F, Ricardo Saud, e do ex-procurador Marcello Miller.
O almoço deste sábado deve contar com a participação do presidente do Senado, Eunício Oliveira, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), além dos ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Helder Barbalho (Integração Nacional), este último convidado de última hora.
Retribuição
O almoço de Temer é uma retribuição à “dobradinha” de Maia para ministros e congressistas Na quinta-feira (7), após o desfile do Dia da Independência, Rodrigo Maia convidou o presidente para almoçar, servindo rabada e dobradinha. Reunião no Jaburu ocorre um dia após PGR denunciar cúpula do PMDB no Senado e Geddel ser preso.
Nova denúncia
Apesar da tentativa de demonstrar no almoço deste sábado no Jaburu um clima de confraternização, paira sobre a residência oficial, ao longo de toda a semana, a apreensão de que o procurador-geral da República apresente nos próximos dias uma segunda denúncia contra o presidente da República. (AE/AG)