Domingo, 13 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 12 de abril de 2025
O governo Trump isentou smartphones, laptops e outros eletrônicos das “tarifas recíprocas” anunciadas pelo presidente Donald Trump no início do mês. A medida foi divulgada pela Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA. Com a decisão, esses produtos ficam de fora das tarifas de 145% impostas à China, principal polo de produção de eletrônicos como o iPhone, e da alíquota de 10% aplicada à maioria dos outros países, explica a Bloomberg.
A autoridade dos EUA listou 20 categorias de produtos, que além dos celulares e computadores, incluem semicondutores, chips de memória e monitores de tela plana. A Bloomberg destaca que estes itens não costumam ser fabricados nos EUA e a instalação de uma produção no país exigiria anos de estruturação.
A agência de notícias pontua também que a suspensão das tarifas pode ser temporária e que os produtos podem ser taxados com novas alíquotas em breve.
Alívio
Os eletrônicos representam parte significativa das importações da China para os EUA.
Em 2024, os smartphones foram a principal importação chinesa para o país, totalizando US$ 41,7 bilhões, e os laptops ficar em segundo lugar, com US$ 33,1 bilhões, de acordo com dados do US Census Bureau divulgados pela Reuters.
A isenção sobre esses produtos pode reduzir o impacto no bolso dos consumidores americanos e beneficiar grandes empresas do setor, segundo a Bloomberg.
Analistas da Wedbush chamaram a exclusão tarifária de “a melhor notícia possível para investidores em tecnologia”, nesse sábado (12), segundo a CNN.
“Fuga” de iPhones
A Apple vende mais de 220 milhões de iPhones por ano em todo o mundo. A Counterpoint Research estima que, agora, 20% do total de importações de iPhone para os EUA vem da Índia, e o restante continua vindo da China.
Após o anúncio das novas tarifas sobre produtos chineses, analistas passaram a prever um possível aumento nos preços dos iPhones vendidos no mercado americano, diante da forte dependência da Apple da cadeia de produção chinesa.
Para “driblar o tarifaço”, a empresa acelerou os embarques vindos da Índia e fretou aviões cargueiros para transportar cerca de 1,5 milhão de iPhones — o equivalente a 600 toneladas — até os Estados Unidos, segundo a Reuters. Na ocasião, o imposto de importação para produtos indianos era de 26%, bem abaixo da alíquota de 145% aplicada à China.