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Por Redação O Sul | 11 de maio de 2021
Os dados foram divulgados pela EPTC
Foto: DivulgaçãoDados oficiais apontam que Porto Alegre registrou no mês de abril um total de seis mortes em acidentes de trânsito. Na comparação com os dois óbitos verificados no mesmo mês no ano passado, o aumento foi de 200%. A informação é da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).
As seis vítimas mencionadas pelo levantamento são homens e todos eles conduziam motocicletas quando perderam a vida. Além disso, três deles não possuíam a carteira nacional de habilitação (CNH) ou estavam com o documento em situação irregular.
No acumulado de janeiro a abril, entretanto, o paralelo com o primeiro quadrimestre de 2020 aponta uma queda nos casos fatais ocorridos no trânsito da capital gaúcha: se no passado foram 25 perdas humanas, em 2021 esse grupo baixou para 20 em 2021, o que representa 20% a menos.
A quantidade geral de episódios, por sua vez, ficou praticamente estável, com uma redução estatisticamente insignificante em termos proporcionais (2%). Vale ressaltar, porém, que a diferença de 3.145 para 3.078 representa, acima de tudo, 67 vidas poupadas.
Já o contingente de feridos nesse tipo de ocorrência cresceu 63%, passando de 239 registros no quarto mês de 2020 para 389 em igual período deste ano. A elevação da estatística é atribuído principalmente à maior circulação de pessoas, em um contexto atual de maior flexibilização de atividades em meio à pandemia de coronavírus.
“Muitas pessoas que estavam em regime de ‘home-office’ acabaram retomando às atividades presenciais”, corrobora o diretor-presidente da EPTC, Paulo Ramires. “O nosso apelo é para que as pessoas circulem com mais cuidado.”
Rio Grande do Sul
Apesar da queda de 10% no número geral de mortes por acidentes de trânsito no Rio Grande do Sul desde a chegada da pandemia de coronavírus, um segmento vêm sofrendo mais com esse tipo de violência: os caminhoneiros. Dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) apontam uma alta de 29% nos casos fatais envolvendo esses profissionais entre abril de 2020 e março deste ano.
O índice é fruto de uma comparação com a soma dos 12 meses pré-pandemia. De abril de 2019 a março de 2020, ao menos 113 pessoas perderam a vida no Estado em tais episódios – contingente que caiu para 93 nos 12 meses seguintes.
Ao mesmo tempo, um total de 67 caminhoneiros sucumbiram a acidentes de trânsito desde o início da circulação do coronavírus, contra 52 óbitos por essa causa no ano anterior à pandemia em território gaúcho. Vale lembrar que o primeiro contágio foi confirmado oficialmente no dia 10 de março do ano passado, portanto há exatos 14 meses.
Todas as outras formas de transporte registraram queda na taxa de fatalidade em meio às restrições impostas para o controle da covid. A redução mais significativa aconteceu entre os pedestres (-28%). Em seguida, aparecem passageiros de automóveis (-18%), caroneiros de motocicleta (-17%), ciclistas (-11%), motoristas de automóveis (-2%) e motociclistas (-1%).
Conforme o diretor-geral do Detran gaúcho, Enio Bacci, não se trata de uma maior propensão dos caminhoneiros a perderem a vida em acidentes. Acontece que esses profissionais não puderam optar pelo teletrabalho, diferente de outras categorias que passaram a circular menos, em um cenário para o qual também contribuiu a menor circulação de pessoas.
(Marcello Campos)