Sábado, 26 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 27 de março de 2023
Doença responsável por milhares de mortes a cada ano em todo o mundo, a dengue finalmente começa a ser combatida com vacinas. E para avaliar a segurança e eficácia de um dos novos imunizantes, o Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, está recrutando 1,2 mil voluntários adultos para um estudo comparativo do fármaco “MSD (V181)” com o “Butantan-DV”, produzido pelo instituto paulista.
O principal responsável pelo trabalho é o médico infectologista Paulo Ernesto Gewehr Filho, da instituição. Para participar da pesquisa, em fase clínica, é preciso ter idade entre 18 e 50 anos e boas condições de saúde, além de não ter contraído a doença.
Interessados devem preencher formulário específico. Potenciais participantes serão contatados para avaliação dos critérios de elegibilidade e instruções sobre as etapas do estudo. Mais informações podem ser obtidas no site hospitalmoinhos.org.br ou pelo telefone (51) 3314-3300.
PUCRS
O Hospital São Lucas, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), também busca interessados em participar de estudo semelhante, por meio de parceria com o Instituto Butantan e a Merck Sharp and Dohme (MSD). De acordo com a instituição, não é usado placebo: todos os participantes recebem um tipo de vacina e só depois da pesquisa ficam sabendo qual foi o fármaco.
Os voluntários são acompanhados durante 12 meses, período durante o qual realizam seis encontros presenciais e dois de forma remota, por telefone. As exigências são idênticas às do Hospital Moinhos de Vento. A finalidade é comparar os anticorpos neutralizantes contra o vírus da dengue para cada um dos quatro sorotipos da doença. Também está no foco avaliar a segurança e a tolerabilidade dos imunizantes.
Na coordenação está o infectologista e diretor técnico do Hospital da PUCRS, Fabiano Ramos, que também foi o responsável por testes da vacina contra gripe e coronavírus. Candidatos devem acessar hospitalsaolucas.pucrs.br ou entrar em contato pelo telefone (51) 3320-5610 em horário comercial.
Doença
A dengue é uma doença febril causada por um vírus, transmitido pela picada da fêmea infectada do mosquito Aedes aegypti. Os principais sintomas são febre alta (39°C a 40°C) durante dois a sete dias, mal-estar, náusea, vômito, diarreia, manchas vermelhas na pele (com ou sem coceira) e dores – no corpo, articulações, cabeça (cefaleia) e atrás dos olhos.
O quadro pode se agravar, com extravasamento de plasma ou hemorragias capazes de levar ao choque grave e à morte. Foi o que aconteceu com uma mulher de 49 anos, residente em Bento Gonçalves (Serra Gaúcha) e com histórico de hipertensão arterial. Ela faleceu na primeira quinzena deste mês, um dia após ser internada com sintomas manifestados na semana anterior.
Ao apresentar sintomas, o indivíduo deve procurar uma unidade de saúde, ingerir bastante água e evitar uso de medicamentos por conta própria. O serviço médico fornecerá as orientações necessárias para cada caso. O diagnóstico de casos suspeitos deve levar em consideração as questões clínicas (sintomas) e epidemiológicas – se o local de moradia ou trabalho é infestado pelo mosquito, por exemplo, e se existem outras pessoas com dengue na região.
Os exames laboratoriais são auxiliares na investigação e não é necessário saber o resultado para iniciar o tratamento. Também podem ser realizados exames de laboratório inespecíficos (como hemograma para contagem de plaquetas) e específicos (que pesquisam a presença do vírus ou anticorpos que reagem à sua presença).
Orientações
– Eliminar água parada dos pratinhos e vasos de plantas;
– Manter caixas d’água tampadas;
– Colocar tela nos ralos de água da chuva;
– Secar pneus e protegê-los da chuva;
– Limpar calhas da residência;
– Escovar os pratos dos animais domésticos e trocar a água uma vez por semana;
– Manter piscinas limpas e com água tratada.
– Em caso de dúvida, consulte o site dengue.saude.rs.gov.br.
Há, também, diretrizes ao infectado para que não propague a doença. A lista inclui o repouso do paciente e cuidados para evitar ser picado pelo inseto, fazendo dele um transmissor da doença. Para isso, deve ser utilizado repelente corporal, roupas que cubram braços, pernas e pés, além de uma tela do tipo “mosquiteiro”, principalmente quando se trata de pessoas acamadas.
(Marcello Campos)