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Brasil O presidente Michel Temer disse ser vítima de perseguição disfarçada de investigação

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A defesa de Temer afirmou que não teve acesso ao depoimento. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

O presidente Michel Temer disse nesta sexta-feira (27), em pronunciamento no Palácio do Planalto, que é vítima de uma “perseguição criminosa disfarçada de investigação”. A declaração foi dada em resposta à suspeita da PF (Polícia Federal) de que ele teria lavado dinheiro de propina com o pagamento de reformas em casas de familiares e dissimulado transações imobiliárias em nome de terceiros, na tentativa de ocultar bens.

Temer afirmou que as investigações têm como propósito um ataque moral. “É contra a minha honra e, pior ainda, são mentiras que atingem minha família e meu filho que tem 9 anos de idade”, declarou. Ele se disse alvo de “vazamentos irresponsáveis” e afirmou que vai pedir a apuração disso ao ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, ao qual está subordinada a PF. “Se pensam que atacarão minha honra, da minha família e vão ficar impunes, não ficarão sem resposta, como esta que estou dando agora.”

“Vou sugerir ao ministro Jungmann que apure internamente como se dão esses vazamentos irresponsáveis porque, mais uma vez eu digo, não é a imprensa que vai lá de forma escondida para examinar os autos. Os dados são fornecidos por quem preside o inquérito, que comanda o inquérito, seja onde for, e naturalmente quando isso chega à imprensa, a imprensa divulga”, afirmou. Temer é investigado no STF (Supremo Tribunal Federal) em um inquérito sobre a edição de um decreto para o setor portuário.

O pronunciamento de Temer não estava previsto. Foi convocado de última hora, na manhã desta sexta, antes do encontro dele com o presidente do Chile, Sebastián Piñera, que faz uma visita oficial ao Brasil.

Inquérito 

Na quinta-feira (26), a PF pediu ao ministro do STF Luís Roberto Barroso uma nova prorrogação por 60 dias do prazo do inquérito que investiga o presidente. A corporação quer mais tempo para concluir a análise dos extratos bancários de Temer, cujo sigilo foi quebrado no mês passado com autorização de Barroso. No próximo dia 2, a PF ouvirá a filha do presidente, Maristela Temer, sobre a origem do dinheiro usado na reforma da casa dela.

O inquérito apura se Temer editou um decreto no ano passado para beneficiar empresas do setor portuário em troca de propina. Amigos do presidente chegaram a ser presos no fim de março, na Operação Skala, da PF, em razão dessa investigação. Temer nega que o objetivo da medida tenha sido favorecer empresas.

Defesa

O advogado de Temer, Brian Alves Prado, afirmou que “valores transacionados a partir de doações, aquisições de imóveis ou investimentos são absolutamente compatíveis com seus rendimentos declarados à Receita Federal” e que “os tributos e taxas sempre foram devidamente recolhidos ao erário”. A defesa disse que uma “simples consulta ao histórico de sua evolução patrimonial evidencia a paridade entre os valores de salários e ganhos de aplicações financeiras e as transferências realizadas”.

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