Sábado, 16 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 14 de outubro de 2015
Em protesto contra uma lei que permite a posse de armas escondidas dentro de campi universitários, estudantes do Estado do Texas, nos Estados Unidos, planejam protestar usando brinquedos sexuais.
Reação à lei.
“Você trouxe uma arma para a aula? Bem, eu estou carregando um enorme vibrador”, escreveu no Facebook a estudante Jessica Jin, aluna da Universidade de Texas em Austin e organizadora do evento on-line “Campus Dildo Carry”, planejado para o ano que vem, quando a lei entra em vigor.
“O Estado do Texas decidiu que não é problemático permitir armas mortais escondidas dentro de salas de aula, mas impõe regras bem rígidas quanto à livre expressão sexual, para proteger sua inocência. Você receberia uma advertência por levar um vibrador à aula [mas não por)] levar uma arma à aula. Que Deus nos proteja do pênis”, diz o texto do evento on-line.
Armas poderão ser levadas para as salas de aula.
O governador do Texas, Greg Abbott, promulgou em junho a nova lei, que abriu brechas para que armas sejam levadas para dentro de salas de aula, dormitórios estudantis e outros edifícios dos campi.
Pessoas com mais de 21 anos que tenham porte de armas poderão ter uma consigo nas aulas. Universidades públicas podem proibir as armas em determinadas partes de seu campus, e universidades privadas podem escolher não aderir à lei.
O autor do projeto, o senador estadual Brian Birdwell, alegou que o direito ao porte de armas é “garantido por Deus”. E simpatizantes da lei argumentam que atiradores que promovem chacinas buscam “áreas livres de armas”, como campi universitários e cinemas, para não enfrentar resistência armada.
Polêmica.
“Como pai, me sinto mais confortável com meus filhos tendo armas dentro do campus do que tendo um vibrador”, comentou um crítico na página do protesto no Facebook.
Mas, para muitos, estimular o armamento de civis pode resultar em mais mortes e mais caos.
Já um professor da Universidade do Texas em Austin pediu demissão na semana passada, alegando temer por sua própria segurança e a de seus alunos. “Minha percepção é de que o risco de um estudante descontente trazer uma arma à aula e começar a disparar aumentou substancialmente desde a aprovação da nova lei”, declarou.
Na mais recente matança universitária nos EUA, em Roseburg, Oregon, um estudante armado não usou sua arma contra o atirador – ele não estava perto do local dos tiros, temeu que a polícia o confundisse com o assassino e não quis colocar sua própria vida em risco.