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Brasil Em quatro anos, a Operação Lava-Jato condenou 160 pessoas e apavora criminosos do colarinho branco

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Encontro realizado em Porto Alegre contou com a presença da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e marcou quatro anos da Lava-Jato. (Foto: Ascom PRR4)

Se a Operação Lava-Jato fosse um político eleito pelo povo completaria neste ano seu primeiro mandato. No sábado, 17 de março, fez quatro anos que 400 policiais federais saíram às ruas de seis Estados e no Distrito Federal para cumprir as primeiras ordens de prisões e buscas assinadas pelo juiz federal Sérgio Moro, para apurar um esquema de lavagem de dinheiro e desvios, que envolvia nomes do mensalão e do caso Banestado. Desde então, 160 pessoas foram condenadas – em Curitiba e Rio de Janeiro -, R$ 12 bilhões foram recuperados aos cofres públicos, em acordos com os acusados, e 263 inquéritos policiais seguem abertos, só na capital paranaense, origem do escândalo, levando o terror a políticos, empresários e operadores financeiros ainda envolvidos em crimes do colarinho branco.

A Lava-Jato não começa nem termina na Petrobras, conforme destacou o Blog do Fausto Macedo, do jornal O Estado de S.Paulo. Em meados de 2013, quando o delegado Márcio Adriano Anselmo, especialista em crimes financeiros, retomou em Curitiba o inquérito que apurava lavagem de dinheiro de familiares e assessores do ex-líder do PP na Câmara José Janene, morto em 2010, o bilionário esquema de cartel e corrupção na estatal não existia para a Polícia Federal.

Nem sequer em 17 de março de 2014, quando foram tornadas públicas as investigações, com a deflagração da primeira fase de buscas e prisões decretadas por Moro, ainda era incerta a dimensão dos crimes que seriam desvendados a partir dali, com a derrubada dos doleiros Alberto Youssef, Carlos Habib Chater – dono do Posto da Torre, em Brasília -, Nelma Kodama e Raul Srour – velhos conhecidos da Justiça, e origem do escândalo.

Só com a descoberta dos elos de Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e a descoberta das empresas de fachada do doleiro, como a MO Consultoria e a Rigidez Construções – usadas para lavagem de dinheiro das obras de construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco (Rnest) – primeiro grande projeto do setor de óleo e gás do governo Luiz Inácio Lula da Silva -, foi que as investigações transformaram-se em um mega escândalo de cartel e corrupção.

Em quatro anos, foram 72 processos penais abertos na 13ª Vara Federal de Curitiba, com 123 condenados, entre eles Lula, no caso do triplex do Guarujá – primeira ação contra ele concluída, há outras duas abertas e inquéritos a serem encerrados. Considerado pelo Ministério Público Federal o “general” do esquema de corrupção, dentro do núcleo político – as denúncias aponta ainda os núcleos de agentes públicos, empresários e operadores financeiros – , o petista está condenado a 12 anos e 1 mês de prisão. Se somadas as penas de todos os réus dadas por Moro elas chegam a 1.861 anos e 20 dias de prisão.

“O andamento da Lava-Jato revelou que os desvios de recursos públicos ocorreram em diversos órgãos e empresas públicas, como Eletronuclear, Ministério do Planejamento e Caixa Econômica Federal, e em obras como a Ferrovia Norte-Sul, em Goiás, e a construção da Usina de Belo Monte, no Pará”, informa a força-tarefa da Lava-Jato, que na sexta-feira reuniu as equipes que atuam nas três instâncias da Justiça para fazer um balanço do trabalho.

“Há muito a fazer e estamos redobrando o esforço. Queremos resolutividade e continuidade”, afirmou a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que participou do encontro.

Balanço

Nos dias 15 e 16, procuradores das forças-tarefa de Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ) e Brasília (DF), que atuam nas três instâncias da Lava-Jato, reuniram-se em Porto Alegre pela primeira vez para troca de informações e discussão dos trabalhos.

Ao fazerem um balanço, os procuradores afirmaram que ainda há muito a ser feito. Todos defenderam a ampliação das frentes de investigação e denúncias.

Em quatro anos, a força-tarefa originária da Lava-Jato já apresentou 72 denúncias no esquema de corrupção. Dessas, 40 já tiveram sentença de Moro e 32 ainda aguardam sentença.

Foi a partir do modelo de investigação adotado em Curitiba que surgiram novas forças tarefas no Rio, em São Paulo, para atuar em processos da primeira instância, e posteriormente na Procuradoria Regional da República da 4.ª Região (PRR-4), em Porto Alegre, para atuar nos processos de segunda instância e também na PGR para atuar nos processos no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal (STF).

Nesses quatro anos, 77 pessoas foram condenadas em segunda instância, isso é, tiveram suas sentenças decretadas por Moro confirmadas no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).

 

 

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