Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 28 de novembro de 2020
Os candidatos João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT) disputam neste domingo a prefeitura de Recife (PE), após receberam no primeiro, respectivamente, 29,17% e 27,95% dos votos. Ambos são primos em segundo grau. E em meio a ligações de parentesco, eles disputam não apenas o comando da cidade, como também o legado político de suas famílias e também da esquerda na região.
Marília leva o sobrenome do avô Miguel Arraes, ex-governador de Pernambuco e ex-prefeito de Recife, além de uma das maiores figuras políticas do Nordeste. João, por outro lado, não carrega o sobrenome do bisavô, e sim do pai, Eduardo Campos, neto de Arraes e ex-governador pernambucano morto em um acidente aéreo em 2014 durante a corrida presidencial.
No início da disputa, eram 11 candidatos a prefeito da cidade. Marco Aurélio Meu Amigo (PRTB) renunciou e teve o pedido de desistência homologado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE). Victor Assis (PCO) teve o pedido de candidatura negado por causa de irregularidades no registro do partido, segundo o TRE.
Durante o primeiro turno das eleições municipais, dia 15, as autoridades do Estado – um dos mais tradicionais na política da Região Nordeste – registraram mais de 50 crimes eleitorais em 184 municípios. E cerca de 130 pessoas foram levadas a delegacias de Polícia Civil.
Troca de farpas
Em um último debate entre os dois postulantes ao cargo, na sexta-feira, o clima esquentou, com direito a troca de acusações sobre corrupção. João Campos criticou Marília por falar implicitamente do pai dele, ao comentar operações da PF (Polícia Federal) na prefeitura do Recife por supostos desvios de recursos.
“De quem ela está falando é de Eduardo Campos, que não está aqui para se defender”, reagiu o candidato do PSB, que é deputado federal e completou 27 anos na última quinta-feira. Sua prima-tia e agora adversária Marília Arraes, de 36 anos, também exerce mandato na Câmara.