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Por Redação O Sul | 20 de agosto de 2018
Caso algum alien ou extraterrestre resolva visitar a Terra, é melhor que não pouse sua nave espacial na Alemanha. Isso porque o governo local declarou que não está preparado para a possibilidade de receber um ET que queira fazer uma visitinha.
Claro que o governo alemão não fez essa declaração assim, digamos, do nada. Foi uma resposta a um questionamento do deputado Dieter Janecek, do Partido Verde, no Bundestag, o Parlamento alemão.
Segundo a Associated Press, o governo disse que “não há protocolos ou planos para um possível primeiro contato com vida alienígena” e que “esse contato [com aliens] em território alemão é extremamente improvável, baseado nos conhecimentos científicos de hoje”.
O Partido Verde alemão não está tão preocupado com visitantes extraterrestres, mas alerta que a Alemanha precisa de uma lei espacial para lidar com, por exemplo, a questão do lixo que vem do espaço, como satélites, por exemplo. Além disso, para o partido, é preciso regulamentar o uso e a retirada de recursos minerais do espaço. O governo de Luxemburgo, por exemplo, já conta com uma lei de mineração espacial.
Enquanto o governo e os deputados debatem, os cidadãos alemães parecem mais avançados no papo de extraterrestres e já até traduziram um clássico da literatura, “O Pequeno Príncipe”, para uma língua, digamos, quase alienígena.
Segundo a agência DPA, o livro foi traduzido para o klingon, idioma fictício inventado na série “Jornada nas Estrelas”, pelo alemão Lieven L. Litae, e será publicado em outubro com o título “ta’puq mach”.
Racismo
O movimento anti-imigração Pegida realiza frequentemente protestos em várias cidades da Alemanha. Em Dresden, os protestos são semanais. Nas suas manifestações, os apoiantes do movimento, os chamados “Patriotas Europeus Contra a Islamização do País”, proferem um discurso de ódio contra estrangeiros, exigem o encerramento das fronteiras da Alemanha e o fim da imigração ilegal, entre outras exigências.
Quem vive na cidade diz que o racismo tem sido rotina desde a criação do movimento, em 2014.
“Está muito pior aqui. Está muito mal mesmo, aqui na Saxónia. Estamos a viver com muita dificuldade nessa cidade,” afirma o soldador angolano Massumo Neluimba, que mora há 18 anos em Dresden.
Legitimação do racismo
Além das manifestações semanais do Pegida, a capital da Saxónia é um dos redutos mais fortes do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD). Depois de eleita como a terceira maior força do Parlamento alemão, a AfD quer agora tornar-se o maior partido no Parlamento da Saxónia, nas eleições estaduais de 2019.
Massumo Neluimba conta que já foi vítima de racismo nos transportes públicos da cidade e que, nos dias em que o Pegida sai às ruas, evita estar por perto.
“Todas as segunda-feiras eu fico em casa, não saio à rua. Quando eles fazem a manifestação, não tenho coragem de sair. Fico em casa, porque sei que são pessoas que não gostam de estrangeiros. Sinto-me intimidado. Pode acontecer alguma coisa ou podem bater-me. Antes das 18 horas tenho de estar em casa para não acontecer um problema grave”, relata.
Matilde Djaló é portuguesa de origem moçambicana. Veio para Dresden há três anos, para fazer uma formação para cuidar de idosos. Logo à chegada, deparou-se com um protesto do Pegida.