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Por Redação O Sul | 3 de janeiro de 2018
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a atacar verbalmente o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, na terça-feira (02). O americano fez referência à declaração dada na mensagem de Ano-Novo do norte-coreano sobre o poder do programa nuclear e da capacidade de ataque da Coreia do Norte.
“Todo o território dos Estados Unidos está ao alcance de nossas armas nucleares. Tenho um botão nuclear na mesa do meu escritório. E isso é a realidade, não é uma ameaça”, disse Kim.
A resposta de Trump a quem ele chama de “homem-foguete” veio pelo Twitter. “Alguém que pertença a esse regime decrépito e causador de fome por favor avise a ele que eu também tenho um botão nuclear, mas é muito maior e mais poderoso que o dele, e o meu funciona!”
Comunicação
A Coreia do Norte anunciou que restabelecerá o canal direto de comunicação com a Coreia do Sul nesta quarta-feira (03), após dois anos de suspensão dessa via de diálogo. O anúncio foi feito um dia depois de a Coreia do Sul propor manter conversas de alto nível com Pyongyang na próxima terça-feira (09) em Panmunjom – cidade na fronteira onde se firmou o acordo de cessar-fogo entre as duas Coreias no fim da guerra (1950-1953).
O objetivo do encontro de terça-feira é, além da participação da Coreia do Norte nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang, abordar “outros assuntos de interesse mútuo para melhorar as relações coreanas”, explicou o ministro sul-coreano da Unificação, Cho Myoung-gyong.
Kim Jong-un saudou o apoio de seu vizinho do Sul à sua oferta de paz feita durante um pronunciamento de Ano-Novo, indicou um alto dirigente norte-coreano. Em seu discurso no primeiro dia de 2018, Kim alertou que tinha o “botão nuclear” às suas ordens, mas adotou um tom conciliatório com Seul.
O Norte e o Sul estão separados há décadas pela Zona Desmilitarizada, uma das fronteiras mais fortemente armadas do mundo. As últimas discussões bilaterais, em dezembro de 2015, fracassaram. A linha telefônica de Panmunjon era utilizada duas vezes por dia antes de ser interrompida em fevereiro de 2016, após a deterioração das relações bilaterais relacionadas a uma disputa sobre o complexo industrial conjunto Kaesong.
O presidente sul-coreano, Moon Jae-In, há muito defende o diálogo, mas Washington sempre ressaltou que não aceitará uma Coreia do Norte com armas nucleares. Pyongyang diz que precisa da arma atômica para se proteger da hostilidade de Washington e tenta desenvolver uma ogiva nuclear capaz de atingir o território continental dos Estados Unidos. A ONU adotou uma série de sanções na tentativa de dissuadir a Coreia do Norte, sem sucesso.
Moon elogiou o Norte por “uma resposta positiva à nossa proposta de tornar as Olimpíadas de Pyeongchang uma oportunidade revolucionária para a paz”.