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Em resposta aos Estados Unidos, União Europeia prepara plano de 800 bilhões de euros para sua defesa e da Ucrânia

Chefe do Executivo do bloco, Ursula von der Leyen batizou o pacote de "Rearme a Europa". (Foto: Reprodução)

A União Europeia quer botar em prática um plano para fortalecer a indústria de defesa e aumentar a capacidade militar da Europa que pode mobilizar um valor superior a 800 bilhões de euros. O pacote, batizado de “Rearme a Europa” pela chefe de governo da UE, Ursula von der Leyen, será apresentado nesta quinta-feira (6) em um encontro de emergência com os 27 líderes da UE.

Segundo a Reuters, a proposta da UE vai dar espaço fiscal aos membros do bloco para os investimentos em defesa, além de 150 bilhões de euros em empréstimos para esses investimentos. Além disso, de acordo com von der Leyen, o objetivo também é de mobilizar capital privado.

Os líderes europeus concordaram que precisam gastar mais na defesa para mostrar ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que o continente é capaz de proteger a si mesmo, depois de Trump interromper a ajuda militar à Ucrânia.

Nas últimas décadas, os países da UE têm resistido gastar muito em defesa, enquanto se amparam sob o guarda-chuva nuclear dos EUA e em uma economia lenta, o que cria desafios para um rápido aumento desses gastos.

“A Europa está pronta para assumir sua responsabilidade. Podemos mobilizar 800 bilhões de euros para uma Europa resiliente e segura. Vamos continuar a trabalhar junto com nossos parceiros na OTAN. Este é o momento para a Europa. E estamos prontos para assumi-lo”, disse von der Leyen.

A proposta visa fortalecer pontos para segurança, como sistemas de defesa aérea, drones, e mobilidade cibernética. Segundo Von der Leyen, o objetivo é reduzir custos, minimizar a fragmentação e melhorar a interoperabilidade das forças armadas europeias, além de impulsionar a indústria de defesa do continente. “Isso permitirá que os países unam suas demandas e façam compras conjuntas”, afirmou.

Ela também propôs a desoneração dos investimentos em defesa das regras fiscais da União Europeia, permitindo aos países destinar mais recursos à área sem ultrapassar os limites orçamentários impostos pela UE. Von der Leyen sugeriu que os governos europeus aumentem seus gastos com defesa em 1,5% do PIB, ο que poderia gerar um espaço fiscal de até 650 bilhões de euros ao longo de quatro anos.

Outro ponto importante do plano envolve a possibilidade de redirecionar fundos da UE, originalmente destinados à redução das desigualdades entre os países membros, para projetos de segurança.

O plano é uma resposta à crescente instabilidade geopolítica e à incerteza sobre o compromisso dos Estados Unidos com a segurança da Europa, especialmente após a recente reunião conturbada entre Donald Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. O republicano também suspendeu a ajuda militar à Ucrânia.

 

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