Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 16 de setembro de 2018
O candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, se irritou em ato de campanha no sábado (15), em Boa Vista (RR) quando questionado por um homem sobre suas manifestações a respeito do conflito na Venezuela e dos brasileiros que agrediram alguns desses estrangeiros.
“Ciro, o senhor reafirma o que disse sobre os brasileiros que tiveram aquela manifestação da fronteira, que chamou os brasileiros de canalhas, desumanos e grosseiros?”, questionou um homem que se identificava como jornalista no local. O candidato, então, respondeu: “Vá para a casa do Romero Jucá, seu filho da p…”. Instantes depois, Ciro diz para sua equipe para tirá-lo dali. “Esse aqui é do Romero Jucá. Tira ele, prende esse aí”, afirma o candidato. Ele também dá um leve empurrão no homem.
Nas suas redes sociais, Luiz Petri se identifica como jornalista e escreve que estava apenas cobrindo o evento. “Fiquei sem reação porquê (sic) não sou de violência. Apenas fiz uma pergunta”, escreveu. Até o início da tarde do domingo, o vídeo tinha sido reproduzido 294 mil vezes.
Na ocasião citada, Ciro comentou que a Colômbia recebeu mais de 500 mil venezuelanos e não teve casos de violência. “Não há nenhuma notícia de desumanidade, de grosseria, de canalhice, que é o que aconteceu no Brasil”, afirmou, à época.
Mais tarde, do palanque, Ciro chamou o senador Romero Jucá de “gângster”. “Eu venho para mediar esses conflitos e ver se ajudo a arrancar daqui um das piores figuras da política brasileira que é esse canalha que lidera todos os governos e que agora, como bandido que é, fala mal de Michel Temer para aparecer enganando o povo de Roraima”, disse. As imagens foram feitas por integrantes do núcleo de repórteres ‘carrapatos’, que acompanham diariamente em vídeo a rotina e a agenda dos principais candidatos à Presidência da República.
A assessoria de imprensa do candidato informou que repudia a ação de grupos coordenados para hostilizar os candidatos em eventos. “No caso de Boa Vista, um indivíduo a mando de uma campanha adversária se passou por repórter para tentar provocar o Ciro. Diversos outros atos de hostilidade foram feitos contra Ciro e isso é absolutamente reprovável numa campanha eleitoral democrática”, diz a assessoria.
Ao jornal O Globo, Petri afirmou que levou um soco de Ciro. “Ele me olhou de maneira firme, me socou no estômago. Não foi um soco forte, foi um soco leve, mas foi uma agressão sim”, disse.
A empresa de Luiz Petri recebeu R$ 70 mil pela prestação de serviços (produção de comerciais, jingles e artes gráficas) para o candidato do DEM ao Senado por Roraima Chico Rodrigues, segundo informações do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O senador faz parte da coligação de Jucá no Estado.
Ainda segundo a publicação, Petri afirmou que tem um programa na televisão local, também chamado de Saldo Positivo, no qual discute empreendedorismo. Ele disse que acompanhava a agenda de Ciro em Roraima para esse programa. “Eu estava ali trabalhando pelo meu programa de televisão, não para a minha empresa. Eu estava ali como jornalista, não como empresário. Eu tenho duas atividades”, relatou Petri.
Ele alegou que não tem ligação com o candidato do DEM e nem com Jucá. “A minha empresa não tem nada a ver com o meu programa. A minha empresa estava prestando serviço de propaganda de rádio e televisão. Não tem nada a ver com o senhor Chico Rodrigues. Eu estava ali como jornalista para falar com um candidato a presidente da República. O que eu não esperava era que ele iria reagir daquela maneira”, comentou.
Em São Paulo, perguntado sobre o episódio, Ciro disse que foi alvo de provocação. “Apareceram lá os provocadores, mas acho que se deram muito mal.”