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Política Em São Bernardo do Campo, berço político de Lula, o PT sofre um racha interno

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Até agora, esboço do bloco de apoio ao PT na cidade conta com PDT, PMN, PRTB e Solidariedade. (Foto: Divulgação)

A eleição municipal de 2024 em São Bernardo do Campo, berço político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, divide integrantes do PT na cidade. Ala do partido prega a formação de uma chapa “puro-sangue”, encabeçada pelo deputado estadual Luiz Fernando Ferreira e com Nilza de Oliveira, mulher do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, na vice. Atualmente, ela está lotada na Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, no governo federal.

Outro grupo de petistas prefere ceder espaço a um integrante de algum partido aliado. Até agora, o esboço do bloco de apoio conta com PDT, Solidariedade, PMN e PRTB. O próprio Ferreira tem dito a correligionários na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) ser favorável a isso.

Ele tenta convencer o PSB a apoiá-lo. A legenda, no entanto, filiou o deputado federal cassado Marcelo Lima com a promessa de que daria a ele o espaço de candidato à prefeitura. O parlamentar também pode ter o apoio do atual prefeito, Orlando Morando (PSDB), de quem já foi vice.

Cassação

A filiação de Lima ao PSB custou a ele o mandato. O Solidariedade, partido pelo qual se elegeu, foi à Justiça Eleitoral e conseguiu tomar a cadeira do parlamentar na Câmara. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou seu mandato e, com isso, o ex-deputado Paulinho da Força deve assumir seu lugar. Por isso, a chance de uma composição em que ele abra mão da candidatura é considerada pouco provável.

“Ainda não descarto o PSB na nossa aliança. O Marcelo Lima se filiou ao PSB com a intenção de se candidatar. Nós gostaríamos de ter essa legenda na nossa base de apoio para repetir a aliança nacional na cidade de Lula”, disse Ferreira.

Nilza de Oliveira, por sua vez, foi secretária de Orçamento Participativo na gestão de Marinho na prefeitura de São Bernardo, entre 2009 e 2017. Antes, havia atuado nesta área no governo de Celso Daniel. Um dos defensores da composição de chapa com Nilza é o presidente do PT na cidade, Cleiton Coutinho.

“Se ela se colocar à disposição, tem meu apoio total e irrestrito. Se for chamada, sabe da responsabilidade que tem com São Bernardo.” Coutinho, no entanto, prega cautela no debate. “Essa avaliação cabe não só a mim, mas também ao conjunto de partidos que nos apoiam. O aval final deve ser do nosso candidato, o Luiz Fernando (Ferreira).”

Tanto Ferreira quanto Coutinho dizem ter recebido a sinalização de que Lula se envolverá pessoalmente na campanha em São Bernardo do Campo, domicílio eleitoral do presidente.

Simbolismo

Os petistas destacam o simbolismo do município para o partido. Foi lá que Lula comandou greves no fim da década de 1970 e no início dos anos 1980 e se projetou para a política. Foi na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo que ele se entregou à polícia quando teve a prisão decretada na Operação Lava Jato. Hoje, a cidade vive um momento de enfraquecimento do complexo fabril, sobretudo na produção de carros.

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