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Política Em São Paulo, Lula recebe o presidente da Argentina, Alberto Fernández

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Alberto Fernández, o atual líder argentino, visitou Lula em São Paulo um dia depois da votação de segundo turno. (Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontrou nessa segunda-feira (31) com o presidente argentino, Alberto Fernández, em um hotel de São Paulo. Fernández veio ao Brasil para parabenizar Lula pela vitória. Nas redes sociais, o argentino comentou o resultado da eleição brasileira e divulgou vídeos do encontro com Lula.

“O Brasil se expressou livre e democraticamente. Democraticamente, elegeram um extraordinário líder latino-americano. Preservar a democracia é a primeira coisa que devemos fazer, e cuidar da vontade popular é fundamental para pensar o progresso da América Latina”, disse Fernández durante a reunião.

Relação bilateral

De acordo com o jornal “La Nación”, esta é a primeira vez que Alberto Fernández viaja ao Brasil desde que assumiu o cargo, em 2019. Ele nunca participou de um encontro bilateral presencial com Jair Bolsonaro (PL), com quem teve desentendimentos, principalmente em 2020, durante a pandemia do coronavírus.

Ainda conforme a publicação, os detalhes do encontro entre Lula e Fernández foram coordenados por Daniel Scioli, ex-vice-presidente da Argentina, e Celso Amorim, ex-chanceler brasileiro e assessor internacional do ex-presidente. Scioli entregou há algumas semanas um roteiro de um plano de integração para Amorim, que poderá voltar a ter um papel de peso no Planalto.

A agência de notícias Reuters aponta que a vitória de Lula pode implicar a retomada da relação bilateral com o importante parceiro comercial, após a posse do presidente eleito, em 1º de janeiro.

Atritos

A relação de Bolsonaro e Fernández é marcada por hostilidades. Em 2019, brasileiro defendeu a reeleição do então presidente Mauricio Macri, de tendência liberal, que perdeu no primeiro turno para Fernández.

Bolsonaro chegou a dizer que, se Fernández fosse eleito, a Argentina se tornaria uma “nova Venezuela”. Ainda na campanha, o argentino respondeu: “Em termos políticos, eu não tenho nada a ver com Bolsonaro. Comemoro enormemente que fale mal de mim. É um racista, um misógino, um violento”.

O presidente brasileiro manteve as críticas após a posse do colega. O argentino adotou quarentenas rígidas, enquanto Bolsonaro sempre foi crítico do isolamento social e do uso de máscara na pandemia.

Em agosto de 2020, por exemplo, Bolsonaro criticou a gestão de Fernández e disse que isso é o que o povo argentino “merece”. O presidente brasileiro se referiu à Argentina para rebater críticas dos próprios apoiadores. Segundo ele, o mesmo aconteceu com Macri.

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