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Em tempos de incerteza, qual é o melhor caminho para investir o seu dinheiro?

O valor destinado para aumento seria o mesmo previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023, de R$ 11,7 bilhões. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Niehls Bohr (1885 – 1962), o físico dinamarquês prêmio Nobel em 1922 pelos seus trabalhos relacionados à estrutura do átomo, certa vez, fez uma constatação bem-humorada e interessante: “É muito difícil fazer previsões, principalmente sobre o futuro”. Não perdendo de vista a profundidade e sabedoria que essa mensagem carrega, acredito que boas decisões frequentemente são baseadas no difícil exercício de fazer previsões. No mercado financeiro, ferramentas para análise de cenários, onde concentramos as probabilidades em um pequeno número de resultados possíveis entre o pior e o melhor desfecho, aliadas a estratégias bem estruturadas de diversificação das posições assumidas fazem parte das boas práticas que favorecem melhores decisões.

Os cenários econômicos global e doméstico têm se modificado com velocidade. Enquanto escrevo esta coluna, aguardo cautelosamente as decisões da ‘Super Quarta’, a quarta-feira em que os bancos centrais de Brasil e Estados Unidos decidem as taxas básicas de juros no mesmo dia. As pressões inflacionárias da guerra na Ucrânia, a escassez de insumos, o COVID na China, entre outras variáveis, sinalizam prováveis aumentos das taxas básicas de juros, que são taxas balizadoras da economia e afetam como um todo o mundo dos investimentos.

Identifica-se, hoje, uma postura semelhante nos bancos centrais ao redor do mundo: o combate à inflação é a principal prioridade e o modelo de operação está baseado no modo ‘data dependence’: quando há uma estratégia de política monetária e fiscal bem definida somente até a divulgação dos próximos números de inflação onde essa estratégia pode ser completamente alterada para que o cenário de alta seja combatido diante das novas expectativas.

Taxas de juros, ciclo das commodities, ciclo imobiliário, riscos macro e microeconômicos diversos. Dentre tantas variáveis como saber, então, o que devemos avaliar e, principalmente, onde devemos investir?

A resposta é: em quase tudo. E aqui, não falo no sentido de alocar o capital em diversos produtos aleatoriamente. Falo na tão comentada e não sempre tão implementada diversificação. Em linhas gerais, podemos dividir os riscos de um investimento em algumas categorias, como risco de crédito, risco de liquidez, risco de contraparte e risco de mercado. O risco de mercado faz referência a oscilação ou volatilidade de preço dos ativos e pode ser subdividido em duas outras categorias de risco: o risco sistemático, que afeta o mercado como um todo, e o risco não-sistemático, que afeta alguns ativos e outros não.

A diversificação nos protege em momentos de incerteza porque tem o potencial de reduzir drasticamente o risco não-sistemático de uma carteira de investimentos. A combinação de ativos não relacionados nos permite obter os mesmos níveis de retorno com menores níveis de risco ou maiores retornos com o mesmo nível de risco, quando comparado a um investimento concentrado em poucos ativos. Quanto mais nebuloso é o cenário mais se faz essencial reduzirmos o peso de cada de decisão e, por consequência, o risco como um todo.

Outros fatores como o estudo do perfil e momento de vida de cada investidor também são essenciais e a forma como esses tópicos são abordados deve ser levada em conta no momento de avaliar o trabalho do seu assessor de investimentos ou prestador de serviços bancários.

(Bruno Peixoto membro da Federasul Divisão Jovem. Assessor de investimentos, sócio da Origem Invest – Eleito 3º melhor escritório do Safra Invest. A Origem Invest tem a sua matriz localizada em Porto Alegre-RS, no bairro Jardim Europa, além de escritórios em Caxias do Sul-RS, Santa Cruz do Sul-RS, Santa Maria-RS e Florianópolis-RS)

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