Domingo, 27 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 12 de abril de 2017
Eleito sem ter a maioria dos votos populares graças ao complexo sistema eleitoral americano, o republicano Donald Trump está aprofundando divisões e alimentando sua impopularidade mesmo em sua base, mostram pesquisas.
Antes de completar cem dias da sua chegada à Casa Branca, em 20 de janeiro, o republicano registrou o nível mais baixo de aprovação para um presidente no primeiro trimestre no cargo: 38% na virada deste mês, segundo o instituto Gallup. Hoje, o índice está em 40%.
Entre os eleitores da oposição, seu apoio é de 6% no mesmo monitoramento semanal feito pelo Gallup, um patamar que passou anos desconhecido para seus antecessores imediatos, o democrata Barack Obama e o republicano George W. Bush.
Até mesmo na base do seu partido, o cenário se deteriora: sua aprovação, 89% quando assumiu, recuou para 81% no início de abril, conforme o Gallup. A queda mostrada pelas sondagens da Universidade Quinnipiac junto ao eleitorado republicano é ainda pior, de 91% para 79%.
Trump teria perdido apoio também entre homens brancos, que compõem o núcleo duro de seu eleitorado. Segundo a série de pesquisas da Quinnipiac, sua aprovação pelo grupo diminuiu de 58% para 47% no último mês, deixando, pela primeira vez, de ser majoritária nessa fatia.
O quadro se mostra polarizado se comparado ao desempenho dos antecessores – Obama só atingiria um índice tão baixo (6%) entre os opositores no fim do primeiro mandato, e Bush, no meio do segundo.
Entre os eleitores independentes, o desempenho de Trump também piora: de 42% de aprovação quando assumiu, passou para 34% no fim de semana passado. O número é o mais baixo, no primeiro trimestre de governo, desde Dwight Eisenhower (1953-61).
O republicano assumiu o cargo com 45% de apoio, enquanto seus antecessores menos populares no início do mandato – George Bush pai e Ronald Reagan, ambos republicanos – tinham 51%. Maioria tênue, mas maioria.
Entre os erros citados por Hopkins que afetaram a imagem do presidente estão a implementação mal-sucedida de um veto à entrada de cidadãos de sete países muçulmanos nos EUA e o fracasso em derrubar a reforma do sistema de saúde feita por Obama.
Segundo a pesquisa do Quinnipiac, 55% dos americanos acham que Trump não é honesto, e 52%, que ele não liga para a população. O ataque a alvos do governo sírio em 6 de abril pode afetar a aprovação do presidente, mas o levantamento diário do Gallup mostra que, de sexta-feira (07) a segunda (10), o índice apenas oscilou dois pontos, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais em ambas as direções. A desaprovação é de 54%. (Folhapress)