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Em último ato como presidente dos Estados Unidos, Joe Biden concede perdão presidencial a familiares

Biden já havia concedido um perdão geral ao seu filho, Hunter, que estava prestes a ser condenado por acusações de porte ilegal de armas. (Foto: Adam Schultz/The White House)

Joe Biden concedeu perdão presidencial para membros de sua própria família, no último ato como presidente dos Estados Unidos. A ordem foi assinada nessa segunda-feira (20), horas antes de Donald Trump assumir a Casa Branca pela segunda vez.

Em nota emitida apenas 21 minutos antes de ceder o poder a Trump, Biden divulgou os perdões totais e incondicionais estendidos a cinco membros de sua família – os irmãos James e Francis Biden, a irmã Valerie Biden Owens e os cônjuges de James e Valeria – para quaisquer delitos não violentos cometidos desde 2014. Biden já havia concedido um perdão geral ao seu filho, Hunter, que estava prestes a ser condenado por acusações de porte ilegal de armas e evasão fiscal.

“Minha família tem sido alvo de ataques e ameaças implacáveis, motivadas unicamente pelo desejo de me prejudicar – o pior tipo de política partidária. Infelizmente, não tenho motivos para acreditar que esses ataques terminarão”, disse Biden em comunicado. Republicanos prometeram investigações sobre o que chamaram de “família criminosa Biden”, alegando que ela se beneficiou financeiramente do acesso de Biden a líderes mundiais durante seu mandato como vice-presidente.

Histórico de perdões

Os perdões presidenciais emitidos em fim de mandato tornaram-se previsíveis na política moderna, com mandatários esperando até seus últimos momentos no cargo para conceder seus atos de clemência mais controversos. Trump, por exemplo, perdoou mais de 70 pessoas, incluindo Elliott Broidy, ex-funcionário de finanças do Comitê Nacional Republicano que se declarou culpado por acusações de atuar como um agente não registrado da China; Robert Zangrillo, investidor de Miami envolvido em subornos para admissões em faculdades, e Albert Pirro Jr., o ex-marido da apresentadora da Fox News Jeanine Pirro.

Os perdões de Trump foram concedidos a pessoas que haviam sido acusadas de crimes, mesmo que nem sempre condenadas e sentenciadas, enquanto os perdões mais recentes de Biden cobrem pessoas que não se sabe estarem sob investigação criminal. A medida que o democrata tomou para imunizar pessoas que nem sequer foram investigadas, muito menos acusadas ou condenadas por um crime, não tem um precedente claro. O precedente mais próximo seria o perdão concedido pelo presidente Gerald Ford (1974-1977) a seu antecessor, Richard Nixon (1969-1974), que renunciou na esteira do escândalo de Watergate.

(AG)

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