O montante em reais movimentado por fraudes realizadas por canais eletrônicos e cartões teve um aumento significativo de 17% de 2023 para 2024, passando de R$ 8,6 bilhões para R$ 10,1 bilhões. Um dado ainda mais alarmante é o volume de recursos envolvidos em fraudes relacionadas ao Pix, que cresceu impressionantes 43% no mesmo período, atingindo a marca de R$ 2,7 bilhões.
Esses números inéditos fazem parte do discurso que será proferido por Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), na abertura do 2º Congresso de Prevenção e Repressão a Fraudes, Segurança Cibernética e Bancária da Febraban, evento que ocorrerá nesta terça (18) e quarta-feira (19), em São Paulo. Nesta edição, o congresso terá como tema central a “integração dos setores público e privado na prevenção e repressão de crimes no sistema financeiro nacional”.
A criminalidade digital tem se tornado um dos maiores desafios para o setor bancário. Isaac Sidney enfatiza que, no ano passado, o setor bancário brasileiro investiu cerca de R$ 5 bilhões em segurança, além de desenvolver estratégias de prevenção a fraudes e crimes cibernéticos.
O presidente da Febraban também chama a atenção para um dado preocupante: de acordo com a empresa Cybersecurity Ventures, uma pesquisa sobre o faturamento global do crime cibernético estimou que os custos do cibercrime poderão atingir a impressionante cifra de US$ 10,5 trilhões até 2025, um valor alarmante que representa uma crescente ameaça para todos os setores da economia global.
Em seu discurso de abertura, Sidney destacará o grande desafio que representa conter os golpes e fraudes, especialmente considerando a evolução das estratégias dos criminosos, que utilizam “da engenharia social, técnica de manipulação que explora erros humanos para obter informações privadas, acessos ou bens de valor”.
De acordo com o executivo, essa técnica tem sido amplamente empregada nos mais variados tipos de fraudes digitais, que incluem desde ataques em canais de atendimento até a invasão de contas bancárias.
“São dezenas os golpes aplicados, em sua grande maioria por engenharia social. Entre os mais recorrentes, destacamos o da falsa central/funcionário, o do WhatsApp, a falsa venda, o falso leilão, o phishing (pescaria digital), o falso boleto e a troca de cartão”, alerta Sidney. Estes golpes têm sido cada vez mais sofisticados, o que exige uma resposta rápida e eficaz por parte das autoridades e das instituições financeiras para proteger os consumidores e o sistema bancário.
A abertura do evento contará ainda com a participação de importantes figuras do setor de segurança pública e financeiro, como Rodrigo Maia, da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, e Mário Sarrubbo, Secretário Nacional de Segurança Pública.
Além disso, entre os palestrantes confirmados para os dois dias do congresso, destacam-se Valdecir Urquiza, secretário-geral da Interpol; Otávio Russo, diretor de Combate a Crimes Cibernéticos da Polícia Federal; Denise Vargas Tenório, delegada de Polícia Federal; e Juliana Mozachi Sandri, chefe do Departamento de Supervisão de Conduta do Banco Central.