Por Redação O Sul | 5 de novembro de 2017
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu neste domingo (05) que “nenhum ditador” deveria subestimar os Estados Unidos, em uma alusão quase explícita à Coreia do Norte, que se apresenta como tema dominante de sua viagem à Ásia, que começou pelo Japão.
“Ninguém, nenhum ditador, nenhum regime deveria subestimar a determinação dos EUA”, disse Trump diante de soldados americanos e japoneses na base aérea de Yokota, a cerca de 40 quilômetros a oeste de Tóquio, em sua chegada ao Japão neste domingo.
Trump anunciou aos jornalistas a bordo do Air Force One que espera se reunir com seu colega russo, Vladimir Putin, durante a viagem, como parte das tentativas da comunidade internacional de encontrar uma solução para a crise da Coreia do Norte.
“Creio que está previsto um encontro com Putin, claro. Queremos a ajuda de Putin com a Coreia do Norte, e vamos nos reunir com muitos líderes diferentes”, disse. A viagem, a primeira de Trump pela região e a mais longa que um presidente americano faz em 25 anos – vai durar cerca de 11 dias – ocorre depois de meses de tensão entre Washington e Pyongyang.
“Os últimos 25 anos foram de fraqueza total, mas agora apostamos em um enfoque muito diferente”, afirmou Trump sobre o endurecimento da sua retórica ao regime liderado por Kim Jong-un. O presidente norte-americano indicou ainda que “muito em breve” irá tomar uma decisão sobre a possibilidade de voltar a incluir a Coreia do Norte na lista dos países “patrocinadores do terrorismo”, da qual o regime de Pyongyang saiu em 2008, durante a presidência do republicano George W. Bush.
O jornal do partido único no poder na Coreia do Norte, Jodong Sinnmun, instou Trump a evitar qualquer “declaração irresponsável”. “Se os Estados Unidos cometem um erro de interpretação a respeito da vontade de ferro da Coreia do Norte, esta se verá obrigada a dar seguimento a um castigo decidido e sem piedade, mobilizando todas as suas forças”, afirmou o diário em um editorial.
Japão
Após o Japão, Trump visitará a Coreia do Sul, a China, o Vietnã e as Filipinas. Ele tentou tranquilizar o premiê nipônico Shinzo Abe sobre o compromisso de Washington com a segurança de seu país. Mísseis norte-coreanos sobrevoaram várias vezes a ilha japonesa de Hokkaido, e Pyongyang ameaçou “afundá-la”.
“O Japão é um sócio valioso e um aliado crucial” dos Estados Unidos”, afirmou Trump. Por sua vez, Abe saudou a “visita histórica do presidente” e disse que queria “reforçar ainda mais os vínculos da aliança americano-japonesa”.
“Queremos ter tempo de discutir diversos desafios internacionais, o primeiro deles a questão norte-coreana”, afirmou diante da imprensa em Tóquio. Nove meses depois da sua primeira partida de golfe, na Flórida, os dois voltaram a se reunir neste domingo em um campo de golfe, no Kasumigaseki Golf Club. Diante dos meios de comunicação, assinaram dois bonés nos quais se podia ler a frase: “Donald e Abe farão com que a aliança seja ainda mais forte”.
