Sábado, 22 de março de 2025
Por Redação O Sul | 7 de março de 2025
Bolsonaro tem em seu histórico diversas falas misóginas para desqualificar mulheres
Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilO ex-presidente Jair Bolsonaro fez comentários misóginos contra mulheres petistas durante conversa com apoiadores em Angra dos Reis (RJ) durante os festejos de Carnaval.
Em vídeo divulgado pelo seu filho, o vereador de Balneário Camboriú (SC) Jair Renan, o ex-presidente afirma que as apoiadoras do PT são “feias” e “incomíveis”.
“Você pode ver, não tem mulher bonita petista. Só tem feia. Às vezes acontece quando estou no aeroporto alguém me xinga. Mulher, né? Olho para dela: ‘Nossa, mãe. Incomível'”, afirmou.
O vídeo divulgado por Jair Renan é um chamado “corte” de uma fala mais longa, sem indicar o contexto. Editado, ele ressalta uma segunda vez a fala “incomível” e inclui, por meio de edição, o óculos conhecido como Thug Life, usado com frequência por Bolsonaro para destacar seus ataques a adversários.
A divulgação ocorre dias antes do Dia das Mulheres, comemorado neste sábado (8). Não é possível determinar o dia exato em que a fala ocorreu. No vídeo, Bolsonaro vestia a camisa do clube Nova Iguaçu, que utilizou na última segunda (3) em encontros com apoiadores.
Bolsonaro tem em seu histórico diversas falas misóginas para desqualificar mulheres com quem teve embates. Disse que a deputada Maria do Rosário (PT) “não merece ser estuprada porque é muito feia”.
No ano passado, a Justiça do Distrito Federal verificou ter ocorrido a prescrição e arquivou definitivamente o processo em que o ex-presidente era acusado de incitação ao crime de estupro por dizer que a deputada não merecia ser estuprada.
Bolsonaro disse em entrevista ao Jornal Zero Hora, em 2014: “ela não merece porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria. Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar, porque não merece”.
O ex-presidente já foi condenado a indenizar a repórter Patrícia Campos Mello, da Folha, por dizer que ela queria “dar um furo a qualquer preço”.
Denúncia do golpe
Na última quinta (6), a defesa de Jair Bolsonaro afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o julgamento da denúncia sobre suposta tentativa de golpe de Estado deve ser realizado no plenário da Corte, e não na Primeira Turma, como tramita atualmente.
Os advogados também reclamaram de restrições ao acesso a provas do inquérito e apontaram suposto cerceamento de defesa. Por fim, a defesa nega que o presidente tenha cometido qualquer irregularidade.
As alegações estão na defesa apresentada ao STF no caso da tentativa de golpe, em que Bolsonaro, militares e aliados foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Nesta atual etapa, o STF vai julgar se aceita ou não a denúncia oferecida pela PGR. Se for aceita, os denunciados passam a responder a um processo.
Para a defesa, a gravidade do caso e o fato de envolver autoridades como um ex-presidente da República justificam que o julgamento ocorra no plenário do STF, formado pelos 11 ministros, e não em uma das turmas da Corte, que são compostas por apenas cinco ministros cada.
Segundo os advogados, o plenário seria o “juiz natural” do caso.
“Parece ser inadmissível que um julgamento que envolve o ex-Presidente da República não ocorra no Tribunal Pleno. E não se diz isso apenas em função da envergadura do caso, do envolvimento de um ex-presidente e diversos ex-ministros de Estado. A necessidade deriva da Constituição Federal e do regimento interno da Corte”, afirma a defesa.
Os advogados de Bolsonaro afirmam que não tiveram acesso integral ao material obtido nas investigações da Polícia Federal. Segundo a defesa, foram liberados apenas trechos selecionados, sem o espelhamento completo dos celulares apreendidos, inclusive o do próprio Bolsonaro e de outros investigados.
Para a defesa, essa limitação prejudicou a análise das provas e impediu, por exemplo, a indicação de testemunhas ou a contestação de mensagens que constam no processo. Com informações dos portais de notícias Folhapress e g1.