Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 3 de abril de 2024
O ex-presidente Jair Bolsonaro passou dois dias hospedado na embaixada em Brasília.
Foto: DivulgaçãoA Embaixada da Hungria no Brasil demitiu, nesta semana, dois funcionários brasileiros que prestavam serviços ao órgão.
Um dos atingidos trabalhava como secretário do embaixador da Hungria no Brasil, Miklós Halmai; o outro, como encarregado de manutenção geral. A embaixada não justificou formalmente as demissões.
Halmai foi chamado na semana passada no Itamaraty para dar explicações sobre a hospedagem ao ex-presidente da República.
Elas acontecem uma semana após o jornal americano “The New York Times” revelar, em reportagem, que o ex-presidente Jair Bolsonaro passou dois dias hospedado na embaixada em Brasília.
Poucos dias antes, o passaporte de Bolsonaro tinha sido apreendido pela Polícia Federal (PF) durante a operação sobre tentativa de golpe de Estado.
A reportagem exibiu vídeos do circuito interno da Embaixada da Hungria em Brasília que mostram Bolsonaro chegando e saindo do prédio. Esses vídeos não foram divulgados oficialmente pelo governo húngaro.
Os dois demitidos tinham acesso em tempo real ao sistema de vigilância. O material gravado ficava em uma sala que não era trancada. Entretanto, acesso às gravações exigia senha.
Pelo direito internacional, embaixadas são invioláveis pela polícia local. Ou seja: enquanto está numa embaixada de outro país, o cidadão não pode ser alvo de busca ou prisão por autoridades locais.
Além dos dois funcionários demitidos, outros cinco brasileiros trabalham na embaixada: um motorista, dois faxineiros e dois jardineiros.
Desde que veio à tona a notícia de que Bolsonaro passou duas noites na embaixada, onde não poderia ser preso, a representação diplomática abriu uma apuração interna para tentar descobrir como a informação e os vídeos foram parar na imprensa.
Ainda que no período de visita de Bolsonaro houvesse menos funcionários circulando no local, devido ao feriado, os brasileiros que trabalham na embaixada entraram na mira das investigações internas.
Entenda
Bolsonaro passou dois dias (de 12 a 14 de fevereiro deste ano) na casa consular, localizada em Brasília (DF), de acordo com reportagem do jornal New York Times.
A visita ocorreu quatro dias após a deflagração da Operação Tempus Veritatis, em 8 de fevereiro, para investigar organização criminosa que atuou em suposta tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.
Imagens de câmeras de segurança registraram a estada de Bolsonaro na Embaixada da Hungria.