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Embaixada dos Estados Unidos no Brasil alerta cidadãos norte-americanos para manifestações do 7 de Setembro

Documento sugere que americanos evitem áreas de protestos e mantenham ‘discrição’. (Foto: Reprodução)

Em um comunicado em inglês publicado em suas redes sociais, a embaixada dos Estados Unidos no Brasil alertou cidadãos do país a evitar áreas de manifestações nas cidades brasileiras no dia 7 de setembro.

Sem citar nem apoiadores do presidente Jair Bolsonaro nem seus opositores, o texto diz que “mesmo manifestações que pretendem ser pacíficas podem ter confrontos”, ao pedir para que áreas de protestos e manifestações sejam evitadas.

Não é comum que as publicações feitas pelo perfil da embaixada dos EUA no Brasil traga mensagens em português. O texto diz que manifestações são esperadas nas maiores cidades do Brasil.

Em nota enviada a imprensa, a embaixada e o consulado norte-americano afirmaram que “têm a responsabilidade de informar os cidadãos norte-americanos sobre eventos relevantes ocorridos em suas redondezas”. “Nossos avisos de rotina fornecem informações sobre os eventos atuais e os ajudam a decidir sobre suas próprias atividades. Esses alertas não refletem de forma alguma qualquer interpretação dos aspectos políticos, mas reiteram a orientação pública de longa data aos cidadãos norte-americanos”, informa o texto.

Reforça na segurança

O presidente é aguardado em atos programados em Brasília e São Paulo, onde vem sendo esperado por apoiadores na Avenida Paulista. Grupos de oposição planejam um ato contrário ao presidente a 2,7 quilômetros de distância, no Vale do Anhangabaú.

O governo de São Paulo tentou evitar a realização dos dois protestos no mesmo dia para reduzir riscos de tumultos, mas não conseguiu.

Bolsonaro tem subido o tom ao comentar as manifestações e chegou a dizer que os atos seriam um “ultimato” ao ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso (que foram citados indiretamente). “Não podemos admitir que uma ou duas pessoas, usando a força do poder, queiram dar outro rumo para nosso País. O recado de vocês, povo brasileiro, nas ruas, na próxima terça-feira, dia 7, será um ultimato para essas duas pessoas”.

O presidente voltou a ameaçar atitudes que contrariam a ordem legal. “Se alguém quiser jogar fora das quatro linhas, nós mostraremos o que poderemos fazer também”, disse. As “quatro linhas” a que ele se referiu são a Constituição.

Apoiadores do presidente, como o presidente do PTB Roberto Jefferson e o cantor sertanejo Sérgio Reis, são investigados por defenderem ataques ao Supremo. Jefferson está preso desde 13 de agosto por ligação a grupos que atentam contra a democracia.

A divulgação da mensagem de alerta ocorre enquanto as representações de grandes democracias estrangeiras monitoram as possibilidades de ruptura no Brasil e enviam relatórios a seus governos centrais.

No caso dos EUA, o governo Joe Biden já havia enviado, naquele mês, emissários para dialogar com o governo Bolsonaro e expressar que o país da América do Norte não tem preocupações relacionadas à realização de eleições livre e justas – uma mensagem de falta de apoio aos ataques às eleições, e às urnas eletrônicas, patrocinados pelo presidente e seus apoiadores.

“Ressaltamos a importância de não desacreditar o processo eleitoral, porque não há indícios de fraude em eleições anteriores”, disse, na ocasião, o diretor sênior no Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Juan González.

Atentos a riscos de ruptura no Brasil e em outros países da América Latina, os Estados Unidos estão articulando a realização de uma cúpula pela democracia ainda neste ano, de forma virtual (e presencial no ano que vem), cuja pauta deve girar ao redor da defesa contra o autoritarismo.

Representações diplomáticas da Europa, por sua vez, que monitoram as ações do governo brasileiro relacionadas ao meio ambiente, neste ano passaram a dar mais espaço, nos informes diários aos governos, à “política doméstica” brasileira e suas implicações, com relatos de ataques feitos pelo presidente às demais instituições democráticas nacionais.

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