Sábado, 08 de março de 2025
Por Redação O Sul | 11 de junho de 2024
A Embaixada do Brasil em Buenos Aires questionou a chancelaria argentina se 143 foragidos da Operação Lesa Pátria – investigação sobre os atos extremistas de 8 de Janeiro – estão no País vizinho. A diplomacia brasileira encaminhou ao governo Javier Milei um ofício do Supremo Tribunal Federal com o pedido de informações.
A solicitação foi remetida na última sexta-feira (7), um dia depois de a Polícia Federal abrir uma operação para capturar foragidos, investigados e condenados da Lesa Pátria. Foram presos 50 suspeitos.
A ofensiva mirou réus que “deliberadamente” descumpriram medidas cautelares impostas no bojo da investigação. Muitos quebraram tornozeleiras eletrônicas que os mantinham sob monitoramento constante.
Outros mudaram de endereço sem comunicar a Justiça. Vários condenados não se apresentaram para o cumprimento da pena, fugindo para outros países “com o objetivo de se furtarem da aplicação da lei penal”.
As prisões foram realizadas em São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Paraná e no Distrito Federal.
Mourão
O senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) disse, nessa terça-feira (11), que espera que a Argentina ofereça asilo político aos foragidos acusados de vandalizar as sedes dos Três Poderes, durante os Atos Antidemocráticos de 8 de Janeiro.
“A captura internacional, tão desejada pelo governo de turno, mostra claramente o viés autoritário e persecutório da esquerda no poder”, disse, em seu perfil no X (ex-Twitter).
“A ida de condenados e investigados pelos atos de 8 de janeiro para a Argentina mostra tão somente que essas pessoas não mais confiam na Justiça brasileira”, continuou Mourão, em sua publicação. O governo de Javier Milei afirmou, na última segunda-feira (10), que cada pedido será analisado individualmente.
A Polícia Federal (PF) já capturou, até essa terça, 50 foragidos por envolvimento nos atos de 8 de Janeiro. As diligências fazem parte da Operação Lesa Pátria, que foi às ruas em 18 Estados e no Distrito Federal cumprindo mandados de prisão preventiva. De acordo com o diretor geral da PF, Andrei Rodrigues, entre 50 e 100 dessas pessoas fugiram para a Argentina.
O governo brasileiro pediu esclarecimentos às autoridades argentinas sobre paradeiro dos foragidos que possam ter se refugiado no país vizinho.
A PF informou que não divulgará a lista de foragidos, porém, a identidade de pelo menos 10 bolsonaristas fugitivos ficou conhecida após eles quebrarem as tornozeleiras eletrônicas e saírem do País.