Sexta-feira, 07 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de março de 2023
O ex-embaixador do Brasil em Washington, Nestor Forster, conseguiu costurar sua permanência na América do Norte. Ele deve assumir o consulado do Brasil em Vancouver, no Canadá. Antes, o diplomata ainda tentou ser remanejado para um outro posto nos EUA. A volta dele para Brasília, porém, era considerada sensível no Itamaraty, devido ao alinhamento de Forster a Jair Bolsonaro.
No dia 2 de março, o Itamaraty publicou a remoção da diplomata Maria Theresa Diniz Forster, esposa do embaixador, que também irá de Washington para Vancouver.
Otávio Brandelli, que foi número dois de Ernesto Araújo, foi avisado de que seu tempo na Organização dos Estados Americanos, em Washington, acabou. O órgão discute temas ligados à democracia na América Latina, assunto de interesse do governo.
Histórico
A remoção Nestor Forster da Embaixada do Brasil em Washington foi assinada em janeiro pelo Itamaraty. O diplomata foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao cargo e permaneceu alinhado às suas posições durante o mandato.
No mesmo dia também foi oficializada no Diário Oficial da União a remoção de Maria Nazareth Farani Azevêdo do cargo de cônsul-geral do Brasil em Nova York. Ela também havia sido indicada por Bolsonaro à posição. Ambas as portarias foram assinadas pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Enquanto esteve à frente do cargo, Forster foi categórico ao advogar em favor de Bolsonaro. Ele chegou a enviar cartas ao jornal norte-americano The New York Times defendendo aspectos do governo, como o combate à pandemia, as políticas ambientais e o caráter democrático do mandatário.
Em janeiro de 2022, ele usou suas redes sociais para lamentar a morte de Olavo de Carvalho — um dos expoentes do bolsonarismo. “É uma perda imensurável para o Brasil e todos que o conheceram. Através de sua obra, ele deixa um legado eterno”, escreveu.
Antes da gestão de Bolsonaro, Forster já acumulava experiência em Washington. Ele foi chefe do Setor de Política Comercial da embaixada entre 1992 e 1995 e chefe do Setor Financeiro entre 2003 e 2006. Quando foi indicado pelo ex-presidente, era encarregado de Negócios da embaixada.
Farani Azevêdo, por sua vez, acumulou mais de 20 anos de experiência em Genebra. Foi representante permanente do Brasil junto às Nações Unidas e outras organizações internacionais e cônsul-geral.
A diplomata ficou conhecida também por discussão que teve, em 2019, com o ex-deputado Jean Willys (PT) na ONU. Ela ainda foi chefe de gabinete do ex-chanceler Celso Amorim, entre 2005 e 2008.