Sexta-feira, 20 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 19 de dezembro de 2024
Durante visita ao Rio Grande do Sul nesta semana, a atriz e produtora australiana Cate Blanchett esteve em Porto Alegre e nas cidades de Taquari e Cruzeiro do Sul, ambas no Vale do Taquari, uma das regiões mais impactadas pelas enchentes de maio. A presença da estrela de 55 anos e duas vezes vencedora do Oscar foi motivada por outro “papel” em sua carreira: o de embaixadora da Boa Vontade junto à Organização das Nações Unidas (ONU).
A agenda foi cumprida entre segunda (16) e quarta-feira. Nos dois municípios do Interior, Cate percorreu áreas atingidas e interagiu com vítimas da tragédia climática, a pior já ocorrida no Rio Grande do Sul.
Já na capital gaúcha, ela se encontrou com refugiados como a venezuelana Johanna Moya, mãe de três filhos e que vive no Rio Grande do Sul há cinco anos. A casa da imigrante foi inundada pela cheia no bairro Sarandi (Zona Norte), um dos mais problemáticos em relação à enchente.
A estrela também foi recebida pelo governador Eduardo Leite no Palácio Piratini. Durante a conversa foram tratados assuntos como as mudanças climáticas e seus efeitos, incluindo a migração forçada de pessoas – o trabalho humanitário da atriz é vinculado ao Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), criado em 1950.
Exercendo desde 2016 essa atividade paralela à trajetória artística, Cate Blanchett ressaltou que os refugiados estão entre os grupos mais vulneráveis às emergências ambientais. Ela comentou a importância de incluir tal segmento nas estratégias para redução de danos.
Leite postou nas redes sociais uma “selfie” de ambos. Junto com a foto ele enalteceu o engajamento da agência especializada da ONU nos trabalhos humanitários durante as enchentes de maio:
“(…) A Acnur teve papel fundamental para construirmos os Centros Humanitários de Acolhimento com espaços dignos e adequados para famílias desabrigadas. Também destaquei a ela [Cate] o orgulho de sermos o primeiro Estado do Brasil a fechar parceria com a Acnur para a construção de um plano estadual de contingência que nos permita enfrentar futuros eventos climáticos adversos com ainda mais assertividade”.
A australiana já esteve como embaixadora do Acnur em países de diversos continentes. Na lista estão a África (Nigéria, Sudão do Sul), Ásia (Bangladesh) e Oriente Médio (Jordânia, Líbano). Até a sua vinda, nesta semana, o Brasil jamais havia recebido visita de embaixadores do Acnur.
De acordo com a Defesa Civil, 472 dos 497 municípios gaúchos foram atingidos pelas chuvas em excesso (e seus impactos), há quase sete meses. O contingente de moradores direta afetados (sob o aspecto humano, material ou ambos) é de aproximadamente 2,3 milhões, de uma população total de 11 milhões de habitantes. As chuvas históricas resultaram em ao menos 183 mortos, além de 27 desaparecidos.
(Marcello Campos)
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