Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de fevereiro de 2022
Ômicron e dólar alto, no entanto, ainda são empecilhos para os passeios.
Foto: ReproduçãoA emissão de vistos americanos de negócios e turismo para brasileiros disparou e já se aproxima da média observada no período anterior à pandemia. Em dezembro, 43 mil vistos B1/B2 foram emitidos, o equivalente a 1,4 mil por dia, movimento impulsionado pela reabertura das fronteiras do país em novembro do ano passado. Ao longo dos últimos dois anos, a liberação estava restrita a casos emergenciais e se limitou a algumas unidades ou dezenas de permissões.
A corrida dos brasileiros para ir aos EUA tem feito com que o tempo de espera para uma entrevista de visto de visitante temporário no Consulado de São Paulo chegue a 294 dias corridos, mais de nove meses. No Rio, a estimativa do Departamento de Estado americano é de 183 dias; em Porto Alegre, a espera pode ser de até 227 dias, e na capital federal, 248.
A Embaixada destaca a agilidade do sistema de agendamento e diz que as indicações podem não ser precisas e atualizadas. A quantidade de emissão de vistos vinha crescendo ao longo do último trimestre do ano passado. Em outubro, o número ficou pouco acima de mil e se elevou para 24 mil em novembro com a permissão da entrada de estrangeiros.
A liberação ocorreu após uma suspensão que se prolongava desde março de 2020. Logo após o início da pandemia, a emissão de vistos começou a cair e chegou, em junho daquele ano, a somente 13. Cenário bem diferente do observado no período pré-pandemia, quando a média mensal variava de 30 mil a 50 mil. Em abril de 2018, por exemplo, chegou a ser de 57,3 mil.
Desde abril de 2021, solicitações de vistos para algumas categorias como H1-B (profissionais de áreas que requerem conhecimento especializado), H2-B (trabalhador temporário), J (intercambista) e L (transferência intracompanhia), voltadas a programas de intercambistas, voltaram a ser atendidas. Em maio, foi a vez de retomar o processamento de algumas categorias de visto de estudantes, acadêmicos, jornalistas e trabalhadores essenciais, desde que concedida uma Exceção de Interesse Nacional (NIE, na sigla em inglês).
O processo de solicitação de visto americano no geral foi retomado no dia 8 de novembro. Por causa da necessidade de cumprir protocolos de saúde e segurança, a Embaixada americana diz que o número de entrevistas ainda não pôde retornar aos patamares pré-pandêmicos. “Mas estamos fazendo tudo que está em nosso alcance para atender o maior número de solicitantes possível”, destaca, em nota.
“Estamos trabalhando diligentemente para aumentar a disponibilidade de consultas para todas as classes de vistos”, informa a missão americana no Brasil. “Desde que os serviços foram retomados, em novembro de 2021, novos horários de agendamento para entrevistas têm sido disponibilizados no sistema on-line, e as pessoas que já fizeram seus agendamentos podem continuar a acessar o sistema on-line regularmente para tentar reagendar suas entrevistas para datas mais próximas, sem nenhum tipo de cobrança extra.”
Retomada “mais lenta”
A companhia aérea Latam Airlines Brasil percebeu um aumento na demanda por viagens para os destinos operados nos Estados Unidos a partir de outubro. O crescimento das buscas nas primeiras semanas, informa, chegou a ser de 300%.
Enquanto as fronteiras estavam fechadas a turistas, a companhia manteve as rotas para Miami e Nova York, saindo de Guarulhos, mas com menor frequência semanal (3 voos semanais). Com a reabertura, a companhia passou a ampliar a frequência semanal de voos para os destinos e reativou a rota para Orlando em dezembro de 2021.
“A gente fechou dezembro com o fator de ocupação muito próximo de 85%, 86%. Dependendo do dia, 100%”, conta o diretor de vendas e marketing da Latam, Diogo Elias. “Em janeiro, tínhamos a mesma expectativa, inclusive com mais voos (para os EUA). Só que principalmente na segunda quinzena veio o impacto da ômicron”, fala. O fator de ocupação, então, ficou entre 75% e 85%, com cancelamento de voos e passageiros que desmarcaram viagem.
Elias conta que o efeito da variante foi passageiro, mesmo assim, acredita que só em 2023, os níveis pré-pandemia de vendas de viagem internacional serão retomados. Isso porque, segundo ele, ainda há pressão da diversidade de regras para entrada nos países e do alto valor do dólar.
Ele destaca que a Latam ainda não retomou os voos para os Estados Unidos em outros Estados além de São Paulo. Antes, havia passageiros que embarcavam em Manaus, Salvador e Fortaleza, por exemplo. Mesmo os que saem do Aeroporto de Guarulhos representam 50% da frota anterior à crise sanitária.
A Gol Linhas Aéreas vai retomar a operação para os Estados Unidos apenas em maio. A companhia oferta dois destinos com embarque em Brasília: Miami e Orlando.