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Economia Emprego e renda indicam que o crescimento do PIB do Brasil pode surpreender

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Estratégia é propor um cronograma de tramitação no Senado entre os meses de agosto e setembro. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

A economia deve crescer mais do que o previsto, como tem ocorrido nos últimos anos e como indica o comportamento do mercado de trabalho e da renda, que se aproxima dos melhores números do século. O desemprego caiu no trimestre móvel encerrado em maio para 7,1%, a taxa mais próxima do recorde de 6,8%, observado em 2014. O número de pessoas sem trabalho caiu pela primeira vez em muito tempo para abaixo dos 8 milhões.

O Banco Central reviu suas projeções para o crescimento do PIB, de 1,9% para 2,3%, em coro com uma série de consultorias que esperam um resultado melhor em 2024. A previsão mais otimista continua sendo a do Ministério da Fazenda, de 2,5%, mas todas as demais estão com viés de alta. O BC avalia, admitindo um alto grau de incerteza, que a tragédia no Rio Grande do Sul terá um impacto modesto sobre a atividade e que ele será especialmente concentrado no segundo trimestre. As estatísticas do IBGE sobre o desempenho da indústria, que teve queda de 0,9% em relação ao mês anterior, foram mais positivas do que o que se previa sobre os efeitos econômicos negativos da tragédia gaúcha.

Como era esperado, a performance da economia será mais equilibrada este ano e menos dependente de resultados extraordinários da agricultura, como ocorreu no ano passado – em 2024, segundo o BC, o setor deve recuar 2%. Empurrarão simultaneamente o PIB para cima os gastos das famílias e a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), reduzindo um pouco, e talvez apenas provisoriamente, a preocupante defasagem entre aumento do consumo e os investimentos destinados a expandir a capacidade de oferta e elevar a produtividade. O consumo das famílias, pela previsão do BC no Relatório de Inflação de junho, teve aumento significativo – de 2,3% para 3,5% -, enquanto a FBCF deverá crescer 4,5% ante a tímida expectativa de 1,5% anterior.

É a demanda doméstica que permitirá um PIB o mais próximo possível do de 2023 (2,9%). Ela deverá se expandir 3,2%, amortecendo o peso negativo da demanda externa, que retirará 0,9 ponto percentual do PIB no ano. As importações estão crescendo a um ritmo mais forte do que as exportações, graças ao vigor das atividades, o que reduzirá um pouco o saldo comercial recorde do ano passado, de R$ 98,8 bilhões.

A geração de empregos com carteira assinada aumentou e o saldo médio mensal de empregos dessazonalizado, de acordo com o novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), subiu para 200 mil no trimestre fevereiro-abril. O número é muito superior aos 139 mil observados do fechamento do trimestre novembro-janeiro, que, por sua vez, já superava o ritmo registrado em 2019, antes da pandemia.

A troca de emprego voluntária, motivada pela quase certeza de melhor remuneração prospectiva, aumentou e chegou ao maior nível desde abril de 2009. A relação entre desligamentos por vontade própria e total de desligamentos aumentou na margem – uma em cada três pessoas que deixaram sua ocupação o fez intencionalmente. E, ao contrário de épocas de abundância de mão de obra, quando caíam, os salários de admissão estão subindo mês a mês. Eles cresceram 0,3% no trimestre encerrado em abril, depois de aumentarem 0,5% no trimestre findo em janeiro. Como um todo, os reajustes médios dos salários nominais subiram 4,8% nos três meses encerrados em maio. O reajuste real, por seu lado, avançou em ritmo menor ante o trimestre anterior – 0,7% ante 0,9%.

Para a queda do desemprego e melhora salarial foi determinante, segundo o BC, o aumento da ocupação, algo que só começou a ocorrer na segunda metade do ano passado. A expansão foi de 0,5% no último trimestre encerrado em maio, depois de alta de 0,8% no trimestre anterior. O resultado de todos esses números é que a massa habitual de salários continua aumentando, atingindo perto de R$ 318 bilhões mensais, e, consideradas todas as fontes de renda (renda nacional disponível bruta das famílias), inclusive precatórios, avançou a R$ 521 bilhões.

O aumento de renda e o avanço do emprego, que elevam o consumo das famílias e o crescimento, tornam mais lenta a queda da inflação. A inflação dos serviços intensivos em trabalho em 12 meses registrou 6,15% em maio, e a dos serviços subjacentes, mais ligados ao ciclo econômico, 5%, evolução ainda incompatível com a meta de 3% do IPCA. A interrupção dos cortes da Selic, em um nível de juro real muito alto, tenderá a desacelerar um pouco a atividade econômica e reduzir o IPCA lentamente, na suposição de que os estímulos concedidos pelo governo diminuam ou ao menos se estabilizem.

A escalada recente do dólar prejudica a convergência do nível de preços para a meta, mas pode ter sido só um interregno desnecessário e desfavorável à queda da inflação. O presidente Lula prometeu responsabilidade fiscal e o ministro Fernando Haddad, cortes no orçamento, para cumprir as metas fiscais. Se cumprirem suas promessas, os tumultos de junho ficarão no passado e a economia poderá crescer em um ritmo adequado, sem sobressaltos. (Opinião/Valor Econômico)

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https://www.osul.com.br/emprego-e-renda-indicam-que-o-crescimento-do-pib-do-brasil-pode-surpreender/ Emprego e renda indicam que o crescimento do PIB do Brasil pode surpreender 2024-07-06
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